Hoje foi iniciado o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que é acusado de ser o principal artífice do chamado golpe de 8 de janeiro. Não apenas ele, mas também seus assessores, militantes, correligionários e eleitores são apontados como responsáveis por ações que visavam manter Bolsonaro na presidência da República.

Ocorre que o presidente Lula foi eleito, e, após sua posse, houve aquele ato de invasão aos prédios do governo federal, com depredações e outros elementos que foram considerados, pelo governo então empossado, como uma tentativa de golpe. Havia inclusive previsões de assassinato do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.

O episódio chamou a atenção do mundo político nacional, da imprensa e, evidentemente, de boa parte da comunidade internacional, que acompanha de perto esse momento inquietante da política brasileira.

O ex-presidente Jair Bolsonaro não se conteve e foi assistir ao julgamento na primeira fila, ao lado de alguns dos seus aliados também acusados. Seu gesto foi interpretado por muitos como uma tentativa de constranger os responsáveis por julgá-lo. Na verdade, o que aconteceu foi isso: um ato de coragem, talvez, não de elegância, mas de ousadia.

Resta saber se esse gesto influenciará ou não na votação dos julgadores que o consideram culpado — e não apenas culpado, mas o principal responsável pela tentativa de golpe.

Vamos aguardar. A política nacional vive, sem dúvida, um momento de muita inquietação.