Reforma Tributária e Carros Elétricos: O Futuro Verde Sob Ameaça?

A reforma tributária no Brasil, que prometia simplificação, nos trás agora uma bomba: os carros elétricos podem acabar pagando mais impostos do que os caminhões a diesel. Essa contradição expõe a necessidade de ajustes imediato no Projeto de Reforma Tributária a ser votado na Câmara nos próximos dias.

O Cenário Atual:

O Brasil está em um momento de transformação, e as empresas investindo pesado na mobilidade elétrica. O mercado de carros elétricos está crescendo, impulsionado pela busca por alternativas mais limpas e econômicas. No entanto, a reforma que está prestes a ser votada na Câmara dos Deputados inclui os elétricos na tributação seletiva e pode colocar em risco os avanços.

A Nova Tributação:

A proposta da reforma tributária, especificamente o artigo 4º do PLP 68/2024, inclui um Imposto Seletivo que, teoricamente, deveria penalizar produtos prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Até aí tudo bem, mas taxar os carros elétricos de maneira desproporcional com esse novo imposto, nos coloca contra a lógica global de incentivos à sustentabilidade. É incompreensível que um veículo elétrico, símbolo de inovação e cuidado ambiental, seja penalizado mais severamente do que um caminhão a diesel, que sabemos que não fortalece o meio ambiente.

Aposta no Futuro do Grupo Indiana:

Enquanto a discussão segue no Congresso, e acreditamos que as lideranças políticas possam alterar isso rapidamente, o setor privado continua apostando no futuro. O Grupo Indiana, nosso cliente há mais de 20 anos, irá inaugurar na próxima semana a concessionária BYD Mandarim, em Salvador. Essa inauguração não é apenas um marco para a empresa, mas um sinal claro de que o setor privado está de olho no futuro e acredita na viabilidade dos carros elétricos como uma solução sustentável para a mobilidade urbana.

O Contrassenso:

Melissa Guimaraes Castello – escritora do melhor livro sobre o IVA no Brasil – destacou em sua recente análise no LinkedIn que esse movimento de taxação desproporcional pode desestimular o mercado de carros elétricos, um setor em plena expansão. Enquanto países desenvolvidos oferecem incentivos fiscais para a compra de veículos elétricos, o Brasil corre o risco de nadar contra a maré, tornando esses veículos menos acessíveis e freando a transição para uma matriz de transporte mais sustentável.

A Necessidade de Mudança:

É essencial que essa parte do texto da reforma tributária seja ajustado para alinhar-se aos objetivos de sustentabilidade. Precisamos de uma política que incentive a compra e o uso de veículos elétricos, não que os penalize.

Expectativas:

Com a votação da reforma tributária programada para os próximos dias na Câmara dos Deputados, a expectativa é que esses ajustes sejam realizados para não penalizar os carros elétricos e o futuro.