Núbia, Binha, minha irmã caçula partiu. Na verdade, Deus a levou para descansar.
Mércia Andrade Fernandes, uma querida amiga, conselheira de longas datas, sempre fez parte da minha vida, ela e sua querida família, em momentos de alegria e também difíceis, sempre estiveram comigo. Recentemente, passei por um momento complicado por ter me reportado de forma indevida em meu programa de rádio. “Meu filho, não se preocupe, a cidade conhece a sua essência, vou pedir a Eraldo para lhe entregar um livro, ele lhe fará bem!”. TEMPO DE DEUS é o nome do livro que me tranquizou e aquietou a minha alma. Passei a entender um pouco mais sobre os planos de Deus, o que Ele tem preparado para todos nós.
Ainda pequeno, menino, com 10 anos, até os 12, eu já tinha uma vaga noção sobre a morte, não me assustava, a não ser quando passava na praça Santo Antônio, a principal de Condeúba, terra onde nasci, os “enterros” de anjinhos que morriam de inanição. Por ter sido criado em um lar católico, frequentador das missas aos domingos, a minha fé em Deus sempre foi muito presente e forte.
O meu velho e inesquecível pai e a minha querida mãe, que já partiram, nos ensinavam a rezar a Ave Maria sempre às 18h, todos juntos, os dois e os 10 irmãos. Tudo isso fez com que estivéssemos mais próximos de Deus, e eu enxergava a morte como algo natural, embora sempre quis viver. Lembro que na minha inocência, ao deitar para dormir, depois que nossa mãe nos cobria, eu rezava assim: “Meu Deus, cuide de mim, proteja a minha família, e quando eu morrer, na minha viagem, não deixe que aconteça nada comigo”.
Núbia, minha irmãzinha querida, você partiu, nos fará muita falta, a mim, aos nossos irmãos, seus filhos, netos e amigos. Sua memória será honrada, tenha certeza disso, sua inteligência marcante, seu sorriso cativante, estarão sempre presentes no meio de todos nós.
Tivemos uma infância feliz, ah, como daria tudo para voltar o tempo pra gente brincar pelas ruas de Condeúba e pular da ponte do Rio Gavião ou, quem sabe, voltar aos tempos da nossa juventude, aqui em Conquista, cidade que nos deu régua e compasso.
É verdade, minha querida irmã, apesar das turbulências que passamos, afinal, 10 irmãos dentro de casa não é mole não, mas o amor prevaleceu entre nós, cada um com as suas peculiaridades, mas na hora H, sempre prevaleceu o sangue.
Você vinha debilitada, a gente sabia disso, quando você foi internada eu já imaginava o que estaria por vir, e cada vez mais consciente do que significa a vida e a morte, Deus lhe deu o tempo necessário para que aqui na Terra você fosse o ser tão especial, a irmã tão carinhosa, e a mãe e avó tão cuidadosa que foi. Ele agora veio buscá-la para juntar-se aos nossos pais, Seu Izalto e Dona Elvira, e aos nossos irmãos, Eva, Teté e Massa.
As lágrimas que hoje desceram dos meus olhos não foram de desespero, é aquela saudade que bate em nosso peito, tudo muito natural e, certamente, em outras oportunidades, mais à frente, voltarei a chorar, mas não fomos egoístas em querer que você ficasse entre nós sem ter uma saúde plena, uma vida ativa como sempre teve.
Vá com Deus, minha irmã caçula, todos nós te amamos muito.
Descanse em Paz
Massinha.
Meus sentimentos. A sua carta é emocionante e nos mostra como sua irmã é um ser lindo!
Minha Avó amada! Será sempre presente em nossas memórias e em nossos corações.
Massinha, meu irmão. Bonita carta em homenagem a sua irmã. Que Deus a receba, e conforte os corações da família