Partiu uma lenda da cultura baiana, Carlos Limongi, que foi esquecido pelos pseudo idealistas
Uma das figuras mais emblemáticas da nossa cultura, um andarilho, perambulava pelas ruas de Conquita tendo ao lado um alforge, onde levava cds de grandes nomes da nossa música que a grande música não mostra, infelizmente.
Um nômade? Sim, isso mesmo, corria trecho, andava pelas ruas da cidade, não em busca de reconhecimento, era o prazer que tinha em pisar no chão que deixou sua marca nos tempos que aqui morou. Limongi, querido, você juntou Elomar, Xangai, Vital Farias e Geraldo Azevedo, e o quarteto encantou o Brasil em suas apresentações. Eu o via adentrando o Centro de Cultura, entrava, saia, sempre com o seu alforge, ou embornal, carregado de cds de artistas consagrados ou emergentes que ninguém ouve nas rádios. Talvez, caro amigo, você ia ao Centro de Cultura em busca de uma pauta que nunca conseguiu.
Você fez a sua parte, Limongi, você cumpriu com o seu mister, não sei se os seus conterrâneos, parceiros de andanças, lhe foram recíprocos.
Não cabe a mim culpar ninguém pela sua solidão, só que precisamos estar atentos a figuras como você, que escreveu uma belíssima história e que passam despercebidas. Agora é tarde, não sintam remorsos, mas procurem ser mais atenciosos com idealistas como Limongi.
Carlos Limongi faleceu hoje, 31, em Salvador, longe daqui, oremos por ele.