Por Milton Filho

A doença mental vai se estabelecendo como coisa normal, vai ficando mais robusta, cresce e numa reação em cadeia, vai contaminando toda a área cerebral.
O resultado é uma sociedade trincada, com fissuras cada vez mais visíveis mas, todos, negando a eminente quebra das colunas que sustenta esse frágil edifício.
O trauma do militarismo que cerceou a liberdade, criou o seu extremo que é a liberdade irresponsável e sem disciplina, criou o medo de dizer não às crianças e adolescentes, criou adultos infantis.

O ego perdeu as rédeas do id que agora, livre, deixa aflorar toda a primitividade represada. Nasce daí as quimeras mentais, monstros surreais, só encontrado em sonhos ou alucinações alcoólicas.

O medo da morte acovarda o homem diante da ousadia daquele que se mostra um titã da degenerescência, quando não, junta-se ao “inimigo” que irá proporcionar as benesses e compensações do distúrbio mental ou emocional.

A resistência não é fácil de ser quebrada, a zona de conforto seduz na aparente calmaria. A doença tem suas vantagens, normalmente ilusórias, claro, mas como enxergar isso se a cegueira mental faz parte do processo?…

O quadro é grave, terminal e o remédio é amargo mas, quem irá ministrar a dose?

Suponho que a terapêutica já nasce no bojo da doença desequilibradora, afinal, para toda ação há uma reação.

O planeta dá os sinais do que vem por aí e isso já está bem evidente.

A natureza fala, acontece que o homem ainda não sabe escutar, lamentavelmente, tristemente, irritantemente.

O mundo estertora em todos os quadrantes enquanto a maioria dos homens se aniquilam em fantasias e alucinógenos.

Finda-se uma era, nasce uma outra, os sobreviventes irão contar como foi esse trânsito, essa história, esse horror.