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  Foto: Blog da Resenha Geral

O pré-candidato pelo PMDB, Herzem Gusmão, esteve conversando com o Blog do Massinha durante uma feijoada de confraternização da sigla que reuniu também outras representações das oposições. O evento foi sediado na residência do ex-vereador Edivaldo Ferreira que contou também com a presença de familiares e amigos do político.

BM: Herzem num dia festivo como esse e com tantos amigos reunidos, como você avalia este ano de 2015?

HG: Um ano difícil para o Brasil, de inflação, denúncias de corrupção, onde o governo está fragilizado e o povo brasileiro desesperado, mas não se pode perder a esperança por dias melhores e em relação à Vitória da Conquista vamos marchar para um ano de eleições. Estou colocado como pré-candidato e existem outros representantes também, acho muito interessante essas pré-candidaturas neste momento. Inclusive me lembro de uma interpretação do saudoso Pedral, na qual dizia que em 2012 as oposições teriam que marchar com vários candidatos. Muitas pessoas não o entenderam e ele estava certo. Agora quem deseja estar pregando e está lançando vários candidatos dos partidos que integram o PT e a base aliada, são os partidos do atual governo, pregando a precisão de várias candidaturas para tentar levar a eleição para o segundo turno. As oposições em que pese até agora têm feito seu trabalho e esperamos que os partidos tenham maturidade para na hora certa cada um escolher o seu pré-candidato.

BM: Você falou da situação política institucional do país. Hoje temos na Câmara, o Eduardo Cunha e do outro lado a presidente Dilma. Como você analisa esses dois casos separadamente?

HG: Um momento difícil com as instituições desacreditadas e o brasileiro torcendo para que tenhamos dias melhores. Eu entendo que tudo que aconteceu no país tem que servir como experiência para o Brasil sair dessa crise e a melhor maneira do país sair dessa situação será nas eleições. Eu comungo com o ministro Marco Aurélio, isso é utopia, mas se pudéssemos realizar uma nova eleição para presidente do Brasil, e a OAB permite um semipresidencialismo ou semiparlamentarismo. As duas nomenclaturas darão no mesmo, o Congresso Nacional elegeria um 1º ministro e acho que o Brasil está precisando para fortalecer as instituições e o país ter calma e paz para que ele possa continuar avançando.

BM: Nós vimos que apesar dos ânimos estarem acirrados na política nacional, você recebe aqui hoje nessa confraternização a presença de representantes do PSDB e aliados das oposições. Existe uma relação estreita nisso, seria um conforto para uma disputa eleitoral, Herzem?

HG: Estou conversando e tenho conversado com Marcelo, conversei com Onildo, Romilson e todos os pré-candidatos e partidos, e não adianta a gente impor. Ninguém impôs absolutamente nada, claro, que são legítimas essas pré-candidaturas, todos têm o direito de colocar o nome das agremiações políticas para participarem. Agora repito, precisamos ter a maturidade para na hora certa estabelecermos apenas uma candidatura, tocar um projeto que está em fase de elaboração e ampliar esse projeto a partir de janeiro. Nós pretendemos reunir um conselho consultivo, o empresário Hamilton Nogueira que está à frente, e outros empresários serão convidados, segmentos importantes da sociedade com representatividade em várias direções. Um conselho plural para enxergamos Conquista em várias direções para no momento exato mostrarmos no rádio, televisão ou nos debates que serão travados qual é o projeto que se tem e como se pensa Vitória da Conquista para tirarmos o município dessa situação em que ele vive. Quando me refiro desta forma, não sou eu quem está falando, mas sim, as avaliações, que dizem que a cidade está mal avaliada na educação pelo MEC, mal avaliada através da saúde pelo Ministério da Saúde/SUS, na questão da violência que está entre as cidades mais violentas do país (Instituto Sangari), mobilidade urbana que não avança, água que nós não temos são apenas promessas e o aeroporto regional feito pela metade. Vitória da Conquista precisa sair desse marasmo, a cidade avança graças ao setor privado, agora quando precisa do poder público muitas vezes ele não acompanha e acaba criando dificuldades. E eu provo que ele não acompanha, todos esses dados apresentados significam ausência do poder público em todos os níveis, na prefeitura, no estado e Governo Federal.

BM: Você falou dessa questão do segundo turno que por uma orientação ou sugestão de Pedral, as oposições deveriam estar com várias candidaturas e que nesse instante agora não deveria ser. Mas, como temos segundo turno repetindo a eleição passada, Onildo Oliveira (PSDB), por exemplo, defende que várias candidaturas sejam lançadas para ter um fato novo no segundo turno, ou seja, quem passar para esta etapa muito possivelmente terá o apoio dessas outras candidaturas. Você defende essa causa?

HG: Voltando a Pedral, ele tinha toda razão, porém, este momento é outro. Naquele momento em que ele defendeu esta causa é porque o PT era imbatível, existia uma onda vermelha que Lula e Dilma comandavam com programas sociais, Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida entre outros. Eles eram imbatíveis, mas conseguimos provocar o segundo turno porque as candidaturas postas como a de Abel, Mão Branca e Elcson ajudaram. Agora é o contrário, eles estão debilitados, o Lula que na verdade era unanimidade hoje é um homem acanhado, acuado e indo quase para o banco dos réus. O partido que nasceu com a bandeira da moralidade, ética, decência e coerência política abandonou todas essas bandeiras. Hoje está difícil você emplacar o PT, o partido sofre e as pesquisas revelam um desgaste histórico como nunca visto na história do Brasil em uma agremiação política. Eles estão acuados e por isso têm a necessidade de disputar um quinhão, mas precisam que o PSB venha a colaborar com a candidatura, o PCdoB e outros partidos aliados, quanto mais partidos aliados melhor para eles. Quem defende isso inclusive foi um dos secretários deles em entrevista ao blog do Giorlando Lima dizendo que em cidades como Vitória da Conquista, Feira de Santana e Salvador , eles precisam lançar vários candidatos para tentar levar a disputa para o segundo turno. E nós não vamos aceitar essa comparação porque poderemos cometer um e esse se depender de mim nós haveremos de não cometer. São legítimos os nomes colocados, mas, precisamos ter muito cuidado para saber escolher a chapa das próximas eleições.

BM: O que ouvimos, lemos e até no cenário nacional é o destaque da administração do prefeito ACM Neto em Salvador. O DEM se coloca com uma pré-candidatura que é a de Marcelo Melo, seria possível a formação de uma chapa entre PMDB e DEM?

Claro, nós temos que estar admitindo que o vice e o candidato a prefeito tem que sair dos partidos aliados. Os candidatos tem que sair do conjunto destes partidos, por exemplo, em 2012, o DEM, o PMDB e o PSDB marchavam juntos. Se eles estão juntos em Feira de Santana e Salvador porque estariam desassociados aqui em Conquista? Haveremos de continuar juntos, agora, quem vai escolher se sou eu, se é Marcelo Melo, Romilson Filho, Arlindo Rebouças, Onildo Oliveira, seremos nós. Precisamos ter maturidade de sentar e estabelecermos os critérios. Hoje eu por ter certa exposição isso facilita bastante, por já ter participado de outros pleitos e por ter mandato como deputado também, porém, não quer dizer que já esteja eleito e que os outros candidatos não tenham chance. Precisamos ter maturidade de estarmos juntos para ajudar a governar essa cidade. A cidade é governada por nômades pessoas que se enraízam e criam apreço por ela e outros que aqui chegam se projetam, mas, não criam vinculo algum e aqui nunca voltam. Precisamos governar Conquista olhando aqueles que amam esta terra, que tem raízes, que aqui chegaram e se entrelaçaram com aqueles que são daqui. Você tem pessoas de todos os estados e até mesmo de outros países, libaneses, sírios, árabes, americanos, agora chegando chineses e coreanos. Conquista é isto, uma cidade escancarada de braços abertos para todo mundo.

BM: Pela sua última fala ficou bastante claro que você estaria confortável para se sentar a mesa e preestabelecer numa data futura que aquele que estivesse melhor seria o candidato.

HG: Com certeza. Eu não irei escolher chapa, eu desejo que nós tenhamos sabedoria, paciência para escolhermos juntos a chapa que será melhor para cidade e estiver mais afinada com o projeto que estamos construindo, e que ele já saiu do zero e tem avançado.

BM: Na sua opinião seria ideal um fórum mais restrito dos partidos que compõem as oposições? Ou mesmo uma pesquisa diante da comunidade?

HG: Com relação à escolha, o projeto tem que ser plural. Você precisa ter técnicos e pessoas de projetos produtivos para elaborar um projeto plural e enxergando nossa cidade em várias direções. Para a escolha creio que sejam os partidos políticos, é quem está aí caminhando, discutindo, debatendo e trabalhando nessa direção.

BM: O cenário político nacional vem favorecendo as oposições. Mas, o tempo que o Governo Participativo está no poder também influência uma mudança?

HG: É natural. A ciência política preconiza que a alternância de poder ela é benéfica e isso é verdade. Os jovens e adultos entre 20 a 30 anos têm a impressão de ter conhecido apenas um governo. Portanto, entendo que o momento é extraordinário e

BM: Como você vê a posição do vice-presidente Temer que num eventual afastamento da presidente assumiria o comando do partido. Qual seria sua análise acerca de Michel Temer?

HG: O vice-presidente foi eleito no mesmo palanque de Dilma Roussef e você sabe das pregações que eles enganaram o país. Esse palanque do PT, eles cometeram crimes eleitorais e promessas como nunca vimos na história do Brasil. O impeachment agora seria muito traumático para o país e eu confesso que estava preocupado. A melhor maneira de reparar erros é através do voto, a democracia se consolidou em vários países. Em todas essas nações ela segue uma vontade natural que é a do povo de se expressar através do voto. Daí a Constituição Federal que diz que todo governo é de uma vontade que emana do povo e seu poder será exercido. Se Temer assumisse o Brasil, eu temia, porque ele não iria responder imediatamente aos anseios da população como está aí. A tendência seria piorar e teria medo que alguém lá na frente dissesse que com a antiga presidente era melhor. O PT destruiu com o Brasil e é preciso deixar eles sangrarem senão alguém pode ter dúvida e pedir o retorno deles novamente. É uma pena que está sangrando o PT e o país esteja indo junto também. É uma utopia, mas, se pudéssemos aplicar a tese do ministro Marco Aurélio, a melhor maneira agora seriam novas eleições. Se todos renunciassem tanto a presidente como o vice faríamos uma nova eleição e marcaríamos para cerca de 90 dias, e aí sim, nosso país poderia viver dias melhores com o semi-presidencialismo, que vejo como interessante e é uma pregação da OAB, ou o semipartidarismo que seria eleito um primeiro ministro.