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Foto: Blog do Anderson

Doutor Onildo Pereira de Oliveira Filho traz no DNA a história do pai, política e da medicina, bioquímico e fundador do laboratório de análises clínicas ,Labo, em Vitória da Conquista, hoje preside o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).

BM: O seu nome é uma das novidades no cenário político partidário. O que te levou a presidir o PSDB local?

OP: Como você mesmo salientou acho que tem haver um pouco com a história de meu pai que sempre gostou de discutir política, mas nunca se propôs a colocar seu nome a disposição de qualquer cargo público. Eu também sigo a mesma linha, não podemos deixar a situação da cidade se degradar, temos que pelo menos ter um rumo e não podemos ficar sendo o município do improviso. Estamos começando a ter grandes problemas, no que diz respeito a mobilidade urbana, segurança e educação, se pensamos Vitória da Conquista quanto ao futuro esse último quesito é primordial. Por isso mesmo, não pude mais ficar fora do debate político, eu penso que a cidade não pode ficar na mão de alguém que seja o “salvador da pátria”, precisamos de alguém plural que analise o município por todos os ângulos. Necessitamos que a população discuta cada um desses temas para que se comprometam e isso possa acontecer. Foi nesse sentido que me propus a assumir a presidência do partido e em momento algum coloquei meu nome como possibilidade a uma candidatura. Quero discutir a mobilidade urbana, a educação e outros temas importantes para nosso município.

BM: Nas duas eleições passadas o seu nome foi colocado na ordem do dia como candidato à prefeitura. Hoje, mesmo esse tempo passado o seu nome continua em pauta e há uma expectativa no PSDB que o seu nome seja lançado como candidato do partido em Vitória da Conquista. Existe essa possibilidade ou é completamente inviável?

OP: Eu não me disponho a estar nessa linha de frente completamente e também não me sinto preparado para exercer um cargo nessa função. A primeira coisa que acho que se precisa para ser prefeito dessa cidade é abdicar de sua privada ou praticamente 90 % dela, dos seus negócios e se dedicar exclusivamente à cidade. A nossa cidade é um local que tomou um corpo e exige um gestor ou grupo de gestores com dedicação exclusiva. Acho também completamente errado, e isso faz parte do momento em que vivemos de que exista um “salvador da pátria”, coisa que não existe, pois, ninguém consegue isoladamente decidir o futuro da cidade e o destino das pessoas que estão nascendo hoje. Temos que pensar o que queremos deixar de legado para essas pessoas no futuro.

BM: Os partidos políticos hoje perderam o sentido, há certo ceticismo pela sociedade quanto as siglas partidárias. Você acredita que a nossa cidade seja capaz de discutir isso e trazer de volta a prática política como houvera no passado?

OP: Essa questão é exatamente em função da patifaria que ocorreu a nível Brasil na política. Hoje quando se fala em política logo vem à mente a figura do aproveitar dos desonestos e o grande mal que o PT fez é que nós acreditávamos no partido. Quando digo nós, é porque eu participei de um processo onde o PT foi criado e existia todo um sonho de que poderia fazer política com ética e moralidade. Boa parte dos políticos que estão aí fizeram política estudantil comigo e eram pessoas naquele momento corretas e idôneas e em que acreditava que poderia colocar a “mão no fogo”. E exatamente pela política ter caminhado para o personalismo de uma pessoa ser capaz de saber o que as pessoas deveriam seguir é que aconteceu toda essa distorção. A pessoa quando chega ao poder o assédio é muito grande e se ela não tiver uma pauta a ser traçada ou uma política a ser determinada todo o comprometimento com a sociedade pode abrir  espaço para corrupção, individualismo, prepotência e termina colocando toda essa situação política a perder. Na verdade, a gente tem que incutir novamente na cabeça do jovem que a política faz parte da essência da vida e aonde se discute o futuro da nossa sociedade. E daí se começam a reformatar de novo os partidos, aonde se tem uma ideologia, princípios e uma pauta de discussão. Hoje não temos mais um direcionamento nos partidos porque não existe mais partidos nem de direita e nem de esquerda no Brasil e muito menos de centro. O que existe hoje são pessoas com posições dentro do partido para defender seu interesse político, financeiro ou qualquer outro que seja.

BM: Não obstante esse desgaste que temos visto em toda a política nacional e principalmente com o PT.  Você acredita que o presidente Lula, que sem dúvida alguma foi o grande condutor das oposições para chegar ao poder, o seu nome reserva ainda um carisma e um respeito capaz de fazê-lo retornar ao poder em 2018?

OP: Eu vejo essa parte com muita preocupação, porque Lula foi uma imagem criada de que seria o operário defendendo uma posição de mudança das condições éticas e morais na política brasileira. Até hoje eu não sinto principalmente na população carente e aquela população que não lê tanto, uma boa parte analfabeta ou aqueles que não são analfabetos, mas não se interessam pela política brasileira diante de todos os fatos históricos que eles tenham associado essa falta de compromisso ético e moral com a pessoa do ex-presidente Lula. Eu acho que se ele conseguir se safar de uma prisão ou ficar muito claro a manipulação política ou enriquecimento dele e de sua família no processo todo que se tem conhecimento ainda assim ele é um nome muito forte para voltar. E ele é suficientemente inteligente de pôr a Dilma como única culpada de toda essa situação do país atualmente e retornar como o “salvador da pátria”.

BM: Quando você analisa a situação da Dilma e do Lula, a propósito, você os colocaria no mesmo patamar?

OP: Eu acho que não, até agora por tudo que lemos a Dilma tem pecado muito mais por omissão. Pelo menos de momento não se sabe de um proveito pessoal de todo o desvio que se houve. Já o Lula juntamente com os seus filhos já está muito claro, pelo menos onde se lê e vê que é transparente o enriquecimento desses meninos. O pior de tudo é que essa constatação não chegou ainda para boa parte da população brasileira. Hoje a população vê como crítico o estelionato eleitoral, provocado por Dilma, onde na última eleição ela propôs coisa que não podia cumprir e defendeu várias pautas de governo que ela mesma tinha certeza da não possibilidade do cumprimento, ficando claro agora durante a sua reeleição. Mas, não consegue associar ainda a figura do ex-presidente Lula. Eu ainda vejo uma possibilidade de agravamento de uma crise política, econômica e social do Brasil, caso não fique extremamente esclarecido todos os fatores que ligam ao envolvimento do ex-presidente, e ele desta forma consiga se desprender da imagem de Dilma, tendo condições suficiente de pleitear novamente a presidência do Brasil.

BM: O PT de Vitória da Conquista você acha que pode ser analisado diferentemente do partido no âmbito nacional? Você acha que a situação que enfrenta o partido no Brasil poderia “respingar” na administração municipal dificultando a sucessão do governo Guilherme Menezes em prol da situação? 

OP: Vitória da Conquista tem um histórico, lembro-me que desde quando comecei a pensar em política nunca ouvi falar de um prefeito de nossa cidade para sair com a alcunha de desonesto, pelo contrário, durante toda a vida política de nosso município a informação que sempre tive é que todos os prefeitos saíram numa situação econômica muito pior do que entraram na prefeitura. A nível de administração os prefeitos pelo menos sempre tiveram uma conduta moral e ética muito boa. Eu defendo muito a questão da alternância do poder e ninguém tem razão sempre, onisciência ou onipresença para ser um idealizador da política de forma permanente. Eu sou, não só contra a reeleição, como na minha opinião uma vez que a pessoa tenha exercido um cargo de prefeito, governador, presidente, ele não possa nunca mais ser reeleito ou voltar a exercer o cargo novamente. O que precisamos acabar e por isso que o povo aceitou a reeleição é que tudo aquilo que um governante fez, o outro candidato é totalmente contra e destrói tudo que foi feito para se construir algo novo. E aí, quando chega no governo dele consegue-se destruir quase tudo que seu antecessor fez e nada do que ele propunha tem tempo necessário para se executar. Acho que o PT de Conquista entrou num momento que a cidade estava caótica, ele conseguiu ter no primeiro momento um bom governo e estabeleceu as contas públicas. Mas, faltou pensar o município a médio e longo prazo, não vejo nos atuais governantes um projeto para a cidade. Eu vejo a terceira maior cidade avançando no tempo sem um projeto de educação, ano após ano com péssimos índices educacionais. O partido teve uma postura na área de saúde que chegou a ser premiada e aos poucos vem sendo degradada, diria até que pelo cansaço na gestão da máquina pública ou pelos vícios que ela acaba trazendo de você ter apadrinhados o tempo todo e nem sempre conseguir estar mexendo. A questão da mobilidade urbana totalmente largada de lado, o terminal de ônibus continua no mesmo lugar que estava defasado há 20 anos e não se tem um projeto perto de mudar isso. Tudo fruto de um tempo em demasia no poder, se perdeu a motivação por governar, a criatividade e acabou se cansando de tudo. É o momento de se renovar, mas, é preciso que quem venha tenha uma proposta de médio a longo prazo para o município.

BM: Uma das grandes insatisfações da população, pelo menos ao que ouvimos falar, é por parte dos cidadãos, quanto ao Hospital de Base. Qual seria a proposta para a saúde em nosso município?

OP: Falando em saúde e principalmente no Hospital de Base, ele não é de responsabilidade da nossa prefeitura. Dependendo da maneira como está formatado é muito mais um problema do Estado do que da administração municipal. Acho que a cidade perdeu uma grande oportunidade de dar um salto qualitativo em nossa saúde quando nós tivemos um prefeito, governo e presidente da república do mesmo partido. Aí sim, caberia uma proposta de mudança com força política para fazer as coisas acontecerem. Não será um prefeito de um partido que poderá mudar essa situação, até porque a saúde é muito mais ampla e Conquista por ser um polo de saúde que atende a uma população de aproximadamente 2 milhões de habitantes, não tem ingerência e nem força financeira e política para esse conjunto de que se está falando. No início, quando se tinham as unidades de atendimento nos bairros, a saúde de certa forma houve um avanço e estava funcionando, hoje o que vemos é a falta de médicos e até mesmo profissionais que não cumprem a carga horária a qual foram contratados e até mesmo outros profissionais da saúde realizando atendimentos mesmo não estando devidamente adequados para essas atividades. Novamente acredito que isso ocorra por cansaço do poder e por isso mesmo é importante à alternância para fazerem as coisas acontecerem. Um novo prefeito de Conquista precisa pensar na população local, descentralizando a saúde, levando os atendimentos para os bairros, evitando a concentração nos hospitais que é um dos grandes problemas atualmente e ter um projeto para pressionar o governo quanto à situação do HGVC, que hoje é totalmente insuficiente para atender a demanda de pacientes da rede e a levar saúde também para essas cidades circunvizinhas à Conquista. Impedindo que as pessoas drenem para a cidade nessa intensidade que vêm hoje para fazer um tratamento extremamente simples que poderia ser feito em qualquer local.

BM: O incentivo que o governo brasileiro deu de consumir principalmente na indústria automobilística incentivou a população adquirir um veículo. Como se pode resolver o problema de mobilidade urbana se o governo incentiva a venda exorbitante de veículos e cria-se essa cultura ao invés de favorecer e investir no transporte público de qualidade que atenda à população?  

OP: O brasileiro podia comprar o carro, mas, na atual situação estamos colocando milhares de brasileiros que tinham melhorado sua condição de vida a retornarem ao padrão de antes. Então, nos próximos anos muitos desses cidadãos vão ter que estar vendendo os carros que compraram porque não vão ter condição de se manter. O Brasil também fez uma opção extremamente errada há anos atrás, enquanto nos países europeus a opção foi pelo transporte de massa e por carros cada vez menores por conta da previsibilidade das dificuldades que se teriam no futuro, aqui no país se optou pela indústria automobilística e transformou se todo o transporte em rodoviário que é um problema extremamente complexo. Em função disso temos um custo de transporte de mercadoria muito mais caro, os produtos e alimentos ficam encarecidos também porque parte da logística acaba não favorecendo os baixos custos. Esse problema é extremamente difícil e tem que ser resolvido a nível nacional de remodelar toda a questão de transporte em nosso país. Especificamente sobre Vitória da Conquista, nós temos hoje o trânsito como o caos até tempos atrás não havia engarrafamento que hoje já é constante. Está se abrindo vias alternativas como maneira de diminuir, mas, essas vias em vários pontos começam a se estrangular novamente porque essa alternativa é paliativa. É preciso se pensar a cidade para daqui há alguns anos através de planejamento, esse governo permitiu que a cidade saísse do anel viário tendo uma área enorme do entorno dele sem utilização. Isso vai gerar um custo para cidade muito grande, gastos para levar água, energia, ir buscar o lixo e no transporte. Precisamos saber a quem isso beneficiou com esses novos empreendimentos fora da cidade e que irão aumentar todos os custos públicos que todos os prefeitos de Vitória da Conquista terão que se submeter a essa realidade, trazer esses custos para dentro da prefeitura com o espaço dentro do anel viário ainda em boa parte desocupado. Sendo que a Constituição Federal permite que você force o povoamento dentro do anel viário, e para isso temos o IPTU progressivo, que é uma alternativa onde todo imóvel que está sem utilização o imposto passe a elevar gradativamente na tentativa de fazer esse proprietário utilizar esse terreno ou vendê-lo para quem alguém utilize.

BM: No jornal A Tarde foi noticiado que Vitória da Conquista estaria entre as 100 melhores cidades para se viver. A cidade se apresenta como um dos municípios mais importantes do interior pelo empresariado pujante e a prefeitura tem a sorte de contar com isso, ou porque a administração municipal é eficiente e os empresários nativos e de fora despertam o interesse a empreender aqui?

OP: Eu confesso que não li a matéria e nem vi a fonte dela, particularmente sou descrente com matérias que não tenham uma fonte idônea. A gente sabe que no Brasil existe vendas de matérias, estatísticas, índices de qualidades tudo se consegue comprar. Acho importante salientar que essa não é a realidade a qual vivemos, estamos num município com altos índices de violência, índice de educação ganhando em péssima situação, se você for analisar os últimos indicativos, esse sim idôneo, Vitória da Conquista teve os piores índices a nível Brasil na educação, péssimo índice de violência e a saúde caótica com o Hospital de Base. Se em vários indicativos estamos com índices baixíssimos onde que se apontou esse resultado de referência dentre as melhores cidades para se viver? Agora, a população com certo poder aquisitivo acaba encontrando condições relativamente boas para se viver, o empresariado de nossa cidade é diferenciado porque pessoas que vêm de fora ficam encantadas com a economia pujante dos empresários de Vitória da Conquista. Pois, temos uma saúde excepcional para quem pode pagar (privada), não deixando nada a desejar aos melhores centros. A educação privada também vai muito bem, várias universidades e escolas de altíssimo nível. Se essa pesquisa foi apontada com base nesse público eu posso até concordar. Como acreditar nessa pesquisa se tiver tido como base a saúde pública e educação pública, por exemplo? Nesse caso ou estamos falando de duas “Conquistas”, ou essa informação é mais uma informação paga por alguém para interesse próprio. Não é compatível com a cidade que estamos vivendo.

BM: Qual o modelo de educação que o PSDB apresentaria ao município que evidentemente poderia servir de exemplo para o resto do Estado ou restante do país?

OP: Se fosse apresentar um modelo entraria no mesmo conceito desses políticos que estão entregando aí, quer dizer, eu tenho um modelo e todo mundo tem que seguir o meu modelo. Eu acho que nós temos que mudar o modelo de fazer política, tem coisas que tem de ser discutidas, observar municípios e o que fizeram de melhor para a melhoria da educação. E a partir de aí nós pormos a mistura, a cultura regional de Vitória da Conquista, pois, tudo que leio sobre educação diz que você precisa aliar o modelo ao cotidiano das pessoas. A educação que tenho lido e tem dado resultado ela está atrelada também ao esporte, a cultura, lazer e o período integral do aluno vinculado a escola. Fizemos recentemente um evento voltado para educação e um dos palestrantes abordou que o Brasil no modelo que continua seguindo continuará sendo exportador de commoditie (matéria prima). A educação mundial que está se traduzindo em bons resultados, isso cientificamente, elas estão convivendo com a informática a todo tempo e trabalham com desenvolvimento de softwares desde o início da educação. O modelo tem que ser discutido e debatido, nós temos um dinheiro finito voltado para essa área, temos que debater porque a arrecadação municipal e federal tem um limite. E a partir das discussões do modelo e das atribuições desse orçamento se fazer os investimentos.

BM: Estamos em frente ao Parque de Exposições sem dúvida alguma uma das entidades mais importantes de nossa cidade. Nós sabemos que você pensa em discutir Conquista com um projeto coletivo e não um nome, dali dessa entidade poderia surgir um pré-candidato a prefeito do município?

OP: Não só dali como de qualquer outro local, podendo sair até de uma simples reunião que se discuta a nossa cidade em algum bairro, por exemplo.  Eu acho que partir para nome fragiliza o candidato que pode vir assumir esse cargo, o ideal é que todos os partidos que querem ver a cidade a nível de futuro se sentem e tragam a população para o centro dessas conversas, vendo qual será o projeto e o que queremos para o município em todos os segmentos. Eu acho que seria tão rico e surpreendente pela qualidade do que seria discutido que ficaria até difícil escolher apenas um nome. Essa pessoa seria escolhida sem defender o interesse pessoal de quem quer que fosse, e a população estaria contribuindo, porque não existe a possibilidade do serviço público fazer tudo. Hoje tem haver a parceria do público com o privado e a sociedade em geral. A população se vendo realmente como parte integrante e efetiva do processo teria mais consciência de suas responsabilidades tanto política quanto cidadã dando o bom exemplo. Acho que o modelo que deveria se ter além do prefeito era se ter um conselho colaborativo de vários membros da sociedade para ser estar a todo tempo fazendo essa ligação entre o que está sendo decidido dentro da prefeitura e as ruas, porque é humanamente impossível, a pessoa eleita do prefeito vai se dedicar a tantos problemas que acaba se isolando da sociedade e precisa se ter esse vínculo permanente para se ter certeza de as medidas que estão sendo tomadas têm respaldo na rua,  vendo novas demandas da sociedade e trazendo para prefeitura.

BM: O seu pai quando em vida pediu para que você participasse da política, mas, nunca como candidato. Sabemos que a sua família não deseja vê-lo disputando uma eleição. Mas, o assédio não é de agora e continua para que você seja um dos candidatos a prefeito de Vitória da Conquista. Mesmo com todos esses fatores contrários, se a cidade fizesse um pedido para que se candidatasse, você colocaria o seu nome à disposição do partido para chegar à prefeitura do município ou continuaria nessa situação de ser um dos artificies desse novo modelo de política da nossa terra?

OP: Eu continuo insistindo na questão de que não me sinto capaz em ser prefeito da cidade e hoje sinceramente não conheço ninguém, ou vejo um conjunto capaz de dirigir Vitória da Conquista sozinho. Insisto na ideia de que as pessoas devem sair de suas vaidades pessoais e sentarem todos para discutirem a cidade e projetá-la para os próximos anos. Essas pessoas que se sentem preparadas para gerir a cidade que se coloquem dentro desse ambiente de construção onde deve ser tudo discutido de uma forma democrática e defenda essa ideia de que é coletiva. Independentemente de qualquer outra situação não me sinto essa pessoa preparado a tomar à rédea dos problemas da cidade. Eu desejo uma conquista mais democrática e numa construção coletiva.

BM: Diante do que foi falado durante nossa entrevista e sabendo do seu desejo de que seja aberto um diálogo e a partir daí um governo com participação de todos em todos os problemas da cidade. É possível que um candidato da situação que se veja e apoie esse projeto possa receber apoio do PSDB?

OP: Claro, eu acho que se eu chegasse aqui e fosse excludente com qualquer que fosse o partido ou grupo político eu já estaria errando. A meu ver o processo tem que ser construtivo e um projeto a longo prazo para Vitória da Conquista dentro de um processo democrático e o coletivo decide que determinado representante seria o melhor para nossa cidade, nem olharia o partido e a visão política da pessoa. Até porque a pessoa está mais amarrada ao conceito do coletivo do que a ela própria. Em todos os lados, partidos, existem pessoas fantásticas, algumas por vezes mal utilizadas, submissas, outras manipuladas e até mesmo sem perspectiva de desabrochar. Mas, existem pessoas capazes em todos os lugares. E antes de ser qualquer coisa, eu sou Vitória da Conquista. A cidade pode ser excepcionalmente governada pela direita ou esquerda, como pode ser muito mal governada por qualquer uma.