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:: ‘Artigos’

Meus anos vindouros


Por Edvaldo Paulo de Araújo

Há alguns dias, ao me deslocar para o meu trabalho, liguei o rádio, e uma linda canção me emocionou enormemente. Ao analisar minha vida, minha idade, veio-me o pensamento que estava vivendo meus últimos anos aqui na Terra, claro ao fazer uma análise do meu quadro geral de vida, sem incluir as surpresas que elas pertencem ao meu livre arbítrio e a Deus.

A canção de Daniel se chama “Pra ser feliz” que muito chamou a minha atenção, me fazendo chorar quando pensei em Minha família.

Pra ser feliz
Do que é que o ser humano necessita?
O que é que faz a vida ser bonita?
A resposta, onde é que está escrita?

Pra ser feliz
O quanto de dinheiro eu preciso?
Como é que se conquista o paraíso?
Quanto custa
Pro verdadeiro sorriso
Brotar do coração?

Os meus últimos anos de vida terrena estão a minha frente; quero vivê-los com leveza, com serviços ao próximo, como sempre vivi, estar perto dos meus amigos em dificuldades principalmente de saúde. Quero estar mais perto do oceano, das florestas, visitar cidades que tanto admiro, viver mais a minha Itália tão amada por mim.

Meus olhos encheram de lágrimas, quando pensei na minha partida, e lá nosso Deus me enviasse para uma de suas casas e eu não pudesse vir abraçar, beijar, afagar e estar perto de meus netos. O que seria de mim, Pai? Nem consigo pensar, quando me lembro de cada um deles, cada jeito individual, cada beijo, cada palavra de amor, cada dizer que te amo, vovô. Nem consigo imaginar os momentos que tive com cada um individualmente que para sempre ficarão no meu velho coração. Sei que a justiça de Deus é perfeita; sei que ele dará um jeito para matar a minha dolorosa saudade! Mais  dolorosas serão a saudade e falta da minha esposa querida, dos meus filhos, dos meus amigos… Por isso meus anos vindouros tenho que vivê-los perto deles; tenho que estar mais livre, servir e vivenciar ainda mais a oração de São Francisco de Assis.

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor,                                           Onde houver ofensa , que eu leve o perdão,
Onde houver discórdia, que eu leve a união,
Onde houver dúvida, que eu leve a fé,
Onde houver erro, que eu leve a verdade,
Onde houver desespero, que eu leve a esperança,
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria,
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado;
compreender que ser compreendido,                                                   amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe
é perdoando que se é perdoado
e é morrendo que se nasce para a vida eterna… :: LEIA MAIS »

Ainda desumanos


Por Edvaldo Paulo de Araújo

Há dias passados estava a tomar meu café da manhã(como chamamos) e no meu pequena prato tinha uma minúscula formiga a participar comigo da refeição. Em outros tempos agiria de forma diferente, mas hoje jamais faria mal aquele pequeno ser de Deus, como não o fiz.

Na minha casa tenho um lindo campo de futebol soçaite, gramado dos belos estádios do Brasil, o amigo Orlando que cuida de a mais de dez anos, chamou atenção pelo imenso formigueiro que tinha no canto, mim orientando para a compra de veneno para dizima-las. Mostrei a ele a beleza da união delas e o trabalho em equipe e que jamais as mataria nesse extermínio sem igual. Sinceramente, Deus mim deu essa consciência e não posso feri-la, de maneira nenhuma. Não tenho fazenda, não como carne vermelha, ninguém precisa morrer para eu viver.

Albert Schweitzer, no seu latente e grandioso humanismo disse em um dos seus discursos “O homem não será realmente ético, senão quando cumprir com a obrigação de ajudar toda a vida á qual possa  acudir, e quando evitar de causar prejuízo a nenhuma outra criatura”

Para estimular a leitura daqueles que nunca ouviram falar de Albert Schweitzer, antecipo dizendo que este grande homem foi Doutor em Filosofia, Doutor em Teologia, Doutor em Medicina (exercendo plenamente esses títulos como Filósofo, Teólogo e Médico), Músico internacionalmente reconhecido, Pastor Protestante, Professor Universitário, Erudito, Missionário, precursor da bioética, do trabalho humanitário e das atuais ONGs, Prêmio Nobel da Paz em 1952. O fato essencial que devemos reconhecer em nossas consciências que já deveríamos ter reconhecido a muito tempo é que estamos nos tornando desumanos, a medida que nos tornamos super-homens, a medida que aprendemos tolerar os fatos da guerra, onde homens são mortos em massa, algo como vinte milhões na segunda guerra mundial. Que cidades inteiras e seus habitantes são aniquilados pela bomba atômica, que homens são transformados em tochas humanas por bombas incendiarias, somos informados dessas coisas pelo radio ou pelos jornais e ai julgamos como sucesso para o grupo a que pertencemos ou para nossos inimigos. Quando admitirmos que esses  atos  sãoos resultados da conduta desumana, essa admissão seráacompanhada pelo pensamento que a guerra em si, não deixa opção  senão aceita-los. Ao nos resignarmos a esse destino, sem esboçarmos resistência ,estaremos sendo culpados de desumanidade. O que realmente importa é que devemos todos nos dar contas que somos culpados de desumanidade….

 Filho de uma proeminente família, Albert Schweitzer nasceu em Kaysersberg, na região da Alsácia-Lorena, em 14 de janeiro de 1875 e foi criado em Gunsbach, distante apenas 20Km, para onde mudou-se a família quando Albert ainda era um bebê. O pai, Louis, pastor luterano e professor, deveria atender àquela comunidade em suas funções. O avô e um tio foram prefeitos em comunas na região. A prima em primeiro grau, Anne Marie Schweitzer, casou-se com o oficial da marinha francesa Jean-Baptiste Sartre, sendo mãe de Jean-Paul Sartre.

Conta o próprio Albert Schweitzer que, aos vinte e um anos, deparou-se com a questão da escolha de sua carreira: músico, professor, teólogo? Meditou seriamente sobre essas palavras de Cristo: “Aquele a quem a vida cumulou de benefícios está obrigado a reparti-los em igual quantidade. Aquele que se vê livre de sofrimentos deverá contribuir para o alívio dos outros. Todos temos que carregar parte da carga de dor que pesa sobre a humanidade”. E assim firmou um pacto para consigo mesmo, de que iria dedicar-se à música, filosofia e teologia até os trintas anos. Após, renunciaria suas ambições pessoais para pôr-se à serviço da humanidade.

Todos os dias de nossas vidas vemos guerras, conflitos, assassinatos, políticos desonestos que roubam os recursos do povo, desconhecendo o nosso dever para com nossos irmãos. Não dá pra entender como o homem joga uma bomba em cima de seus irmos velhos, crianças, mulheres gravidas, como dizer que são humanos? Como dizer que acredita em um Deus, com essa desumanidade latente e perversa? :: LEIA MAIS »

Aquelas santas sextas, por Valéria Figueira

As experiências de criança se imprimem na alma da gente feito tatuagem no coração.

Todas as semanas santas da infância e adolescência eu passei na roça com meu pai. Ficava entre Tremedal e Belo Campo, se chamava Lagoa de Pedras, com muitas pedras e pouca lagoa.

Meu pai fazia moqueca de peixe, porque carne de boi, cremdeuspai, podia não.

O sol quente revezava com uma imensa lua cheia, naquele clarão da caatinga, que iluminava encantos e lendas.

Na sexta feira da paixão, todos sabiam quem virava lobisomem na região. Era sempre o mais quieto e mais isolado, o suspeito.

Havia um silêncio longo, que só era quebrado com as recomendações de resguardo de Anália; sob pena de castigo divino; não podia trabalhar, não podia montar em animal, nem brigar os menino unsunsoutro, nem sequer barrer a casa.

Não podia matar as moscas que teimavam em descansar em minha pele, nunca na roupa, restava a mim, me balançar.

O dia custava a passar, porque na minha roça de criança nunca teve TV, daí eu aprendia a brincar de vó com Sirlene, passando pedrinhas, uma a uma, entre os dedos no chão. Folheava uma revista velha, descascava uma laranja e ia chupar na rede. :: LEIA MAIS »

Incertezas


Autor
 Edvaldo Paulo de Araújo

Qual a certeza maior de nossas vidas? Muitos dirão: – a morte. Não gosto dessa palavra pois não acredito nela, e, sim, uma viagem de volta para nossas casas. Somos daqui? Não.Viemos para um estagio com aprendizado sublime aqui nesse planeta Terra.

A esmagadora maioria na Terra tem essa incerteza; o pior: vive sua vida como se a chamada “morte” acontecesse aos outros. Vidas desregradas, num afã do ter, jamais do ser, sem curtir as belezas inimagináveis com que Deus nos presenteou, principalmente as belezas intimas do conhecimento e do exercício dessas belezas.

Está claro, na imensa obra do Criador, que estamos aqui para crescer em conhecimentos, em compaixão, solidariedade e amor. Como crescer e o que nos move nessa busca eterna de conhecimentos? São nossas incertezas? Possivelmente.

O que guia o nosso progresso? O que nos faz caminhar nesse intento? Comenta Allan Kardec, na questão 781 de O livro dos Espíritos: “Sendo o progresso uma condição da natureza humana, não está  no poder do  homem opor-selhe. É uma força viva, cuja ação pode ser retardada, porém não anulada, por leis humanas más”.

O ser humano tem, em si, o gérmen do aprimoramento, lutando constantemente para encontrar-se em um estado melhor do que oimediatamente anterior. A insatisfação é da nossa natureza e representa importante propulsor da evolução.

Temos, em nós  (alguns mais que outros), a extrema busca pelo que nos reserva o amanhã, e a latente incerteza é que nos move ao conhecimento e àbusca incessante de maior conforto, seja na esfera material ou espiritual. A escassez de alguns recursos e a existência de algumas necessidades nos colocam numa posição de tentar supri-las até conseguirmos, para, em seguida, identificarmos outra cujo alcance é razão suficiente paraenvidarmos todos os esforços de crescimento. Nesse contexto, a incerteza, que não se deve confundir com a falta de fé, é um fator catalidor e psicológico da marcha humana.

Por sermos pensantes, buscadores, insatisfeitos, se já tivéssemos nossas necessidades plenamente satisfeitas, muito provavelmente nos entregaríamos à inercia e ao comodismo. Nada teríamos a conquistar; não daríamos valor ao que temos, e a vida careceria de propósito.

Muitas vezes, escuto de pessoas, na sua batalha na vida, que, ao se aposentar, não pretendem fazer mais nada. Brinco que será assim por pouco tempo, pois virão intimamente as cobranças a sugerir a saída dessa inércia. Não nascemos para ficarmos estagnados; quem o faz, sofre os efeitos perversos, como, por exemplo, a entrega ao alcoolismo, adroga e a infelicidade. Entendo eu que o crescimento é como uma necessidade fisiológica; tem que acontecer, faz parte do nosso DNA. :: LEIA MAIS »

DUPLICAÇÃO? QUANDO SERÁ? OU NÃO TEM QUANDO?

É livre a manifestação do pensamento. Difícil de aceitar, no entanto, é que diante da crise da maior gravidade que atinge a gestão do trecho baiano da BR 116 pela VIABAHIA, alguns agentes públicos que se comprometeram a ajudar a viabilizar uma solução, tentem permanecer  no anonimato. Após a linha do tempo que descreverei a seguir, darei a minha opinião:

1-Em  novembro de 2019, na sede da OAB, nos reunimos com a ANTT e a VIABAHIA, com o intuito de encontrar uma solução para o impasse. O encontro, todavia, acabou não trazendo nem um avanço positivo.

2-Em março de 2020 estivemos em Brasília, onde fomos recebidos pelo então ministro Tarcísio de Freitas, na esperança de evoluir na tratativa de um acordo. O nosso desejo, naquele momento, era formalizar a caducidade do contrato e retirar a VIABAHIA da gestão da BR-116, respaldados pelos inúmeros abusos e descumprimentos contratuais. Também não obtivemos sucesso nessa iniciativa.;

3-Tivemos, logo na sequência, quase dois anos de pandemia, mas nem por isso a VIABAHIA  deixou de ter os seus ganhos garantidos, Já a nossa tentativa de conseguir o rompimento do contrato, não evoluiu em nada nesse período;

4-Em 17 de março de 2023, tivemos uma reunião com o Diretor Presidente da VIABAHIA, com o objetivo de alinhar parâmetros para revisão quinquenal. Mesmo não tendo vislumbrado alternativas efetivas durante essa conversa, dali pra frente teve inicio uma sequência de reuniões e de audiências públicas;

5-No dia 18 de abril 2023,, durante uma audiência pública provocada pelo Deputado Jorge Solla, ficou acordada a criação de um Grupo de Trabalho para estudar a solução para o impasse. O grupo foi criado através da Portaria 371/23 de 28 de abril de 2023 do Ministério dos Transportes;

6- No dia 12 de junho de 2023, através do Deputado Waldenor Pereira, uma comissão do DUPLICA SUDOESTE teve audiência com o Ministro Chefe da Casa Civil Rui Costa. Naquela oportunidade, ficou evidente o reconhecimento do governo de que o acordo e a revisão do contrato deveriam ser prioridades ainda para aquele ano. :: LEIA MAIS »

Quando estou com você


Subi as escadas do Amparo, vi seu rosto e uma expressão que não reconheci. 

E eu vi uma moça bonita e uma senhora com altivo semblante.
Dei um meio sorriso a você, não sei se notou.
Enquanto eu amarrava os cadarços, você olhou.
Gosto quando olham e leem o que veem.
São pedaços de realidade.
A moça? Minha irmã. 
A senhora? Minha mãe. 
E eu percebendo seus sorrisos e olhares de maneira natural, espontânea, retribuindo.
Senti-me visto por dentro, desarmado, despido. E gostei.
Moro num lugar onde há muito de mim, onde há calmaria, horizonte em todas as direções, revoadas de periquitos, beija-flor na janela, brisa sempre fresca e verão permanente.
Sempre há música ou comidas, ou os dois.
E do que mais você gosta? 
De todo dia ser diferente.
Penso que amo, às vezes penso que não.
Entretanto, hoje amo no exato instante do pensamento.
Você aprendeu a amar? 
Já mudei de cidade, de casa, de amigos, por vezes por obrigação, outras por vontade.
Sempre tive que aprender a amar.
Qual a sentença que carrega consigo?
Uma camiseta de domingo, trechos de livros, capas de revistas, coisas que vou absorvendo devagar.
Minha citação é que, neste momento, vou me levar a passear, almoçar meu prato de comida chinesa preferido, comprar um vinho, um disco, um filme de amor.
Quer ir comigo?
Tenho tido tempo pra pensar.
Tempo no transporte, a caminho dos destinos, tempo pra ler o mundo, tempo pra meditar.
Qual o seu próprio tempo?
O de alguma canção com viola.
O de dançar de cueca sobre a cama.
O tempo dos livros de cabeceira.
Você gosta de sorrir?
Sim. De chorar também.
Sorrio pelo motivo mais banal e pelo mais profundo.
Gente me faz sorrir, piadas nem tanto.
Boas histórias, cenas inesquecíveis, cheiro de tempero, rostos bonitos (sorri muitas vezes olhando o seu).
E choro com cenas de novelas e filmes antigos.
Você se acha bonito? 
Por dentro, sim. Por fora, nada de extraordinário.
Cortei o cabelo rente ao queixo, divido ao meio ou de lado, como no curso da vida.
E você? Quais seus grandes prazeres de viver?
Comer, dormir, rezar, sorrir, amar, ler, escrever, sonhar e silenciar, entre outros inconfessáveis. 
Você toca instrumentos?
Os mais encantadores.
Toco piano e violão e me divirto com acordeon, pandeiro, triângulo, castanholas, flautas e percussão.
Por que não casou? 
Porque não tenho um canteiro de rosas pra firmar minhas raízes.
Então…você é um feiticeiro? 
Feiticeiros vivem em linha tênue, eternos aprendizes.
Sempre pasmos com o mundo.
Boquiabertos com as coisas que passam à frente.
Quase perdidos.

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A solidão da dor!


Por Edvaldo Paulo de Araújo

Durante a minha vida, passei por muitas e muitas dores alucinantes. Quantas vezes, pelas ruas de minha cidade, noites de neblinas,  a chuva no meu rosto fundiu com minhas lágrimas? . Sentia-me  absolutamente sozinho, sem amparo, sem palavras de consolo e lutava com o remédio da oração, para acalmar meu coração. Tantas vezes….

Casei, fiz uma família e esses estados minoraram, as dores foram mais aliviadas pelo aconchego dos meus, mas sempre a mesma constatação: a solidão da sua dor.

Ano passado, num pedal fatídico, estava com o meu melhor amigo, Onildo Oliveira Filho, que, no retorno, depois de 17km pedalando, veio a sentir-se mal. Mesmo com os meus cuidados, veio a falecer nos meus braços. Estabeleceu -se, por algum tempo, a esperança de que ele se restabelecesse, mas aconteceu e tinha acontecido no fatídico momento a sua morte. Foi uma dor dilacerante.

É uma grande dor. Durante um bom tempo, o sofrimento da sua perda, a lembrança do momento, a insistência dele naquele dia para pedalar, ficaram impregnados em mim, num sofrimento sem fim.

Refugiei-me em orações, buscando ajuda dos espíritos de luz, guiados pelo amor de Jesus, mas me veio aconstatação de como a dor é solitária, como ela está tão dentro de nós, de como ela fica impregnada no nosso ser, numa solidão sem fim. Por mais que tenhamos amparo, mas há os momentos sozinhos e aí ela aflora e vem a mais ampla e torturante solidão dessa dor.

O que fazer? Diz André Luiz: “Não permita que a dificuldade lhe abra a porta ao desânimo, porque a dificuldade é o meio de que a vida se vale para melhorar-nos em habilidade e resistência”. Não há como fugir, se acalmar, orar e ter a certeza ligada totalmente, a esperança de que vai passar, de que faz parte do viver nesse planeta, que essas alternativas são para aprimorar nossa resistência como diz nosso amado André Luiz.

A fé é o remédio seguro do sofrimento; mostra sempre os horizontes do infinito diante dos quais se esvaem os poucos dias brumosos do presente. Não nos pergunteis, portanto, qual o remédio para curar tal úlcera ou tal chaga ou a solidão da sua dor. Lembrai-vos de que aquele que crê é forte pelo remédio da fé. Não sufoque a sua dor, compartilhe, busque ajuda, mas saiba ela é sua e só você vai sair dela.

Pierre Teilhard de Chardin, Jesuíta, paleontólogo, antropólogo francês, que viveu entre 1881 e 1955, autor do conhecimento do livro O FENÔMENO HUMANO, dividiu os homens em três categorias: :: LEIA MAIS »

Carnaval acabou, agora só em 2025. E sobre a festa, o professor Dirlêi Bonfim nos traz esse Ensaio, confiram:

O Carnaval e o Anarquismo        

                                                                                                                                Prof. Dirlêi A Bonfim*

Ao iniciar esse ensaio, estava aqui fazendo uma releitura da última edição do Livro do Professor Roberto DaMatta, acerca do carnaval, bem como, todas as relações sociais, representativas, culturais, políticas, recreativas e simbólicas, que esta festa nos apresenta. O Carnaval é sem dúvida uma das maiores festas populares do mundo. Um evento que leva às ruas todas as manifestações de todas as classes, cores e raças, todos os credos, misticismos, utopias, valores, motivos e compreensões pela diversidade que os desfiles se apresentam nas ruas das cidades brasileiras, cada uma das pessoas com a sua forma e maneira peculiar de se manifestar. Na busca de uma alegria coletiva, um prazer da carne, quiça imaterial, espiritual, que se compartilha e é compartilhado por multidões em todas as praças e avenidas pelas cidades afora. Sobre a origem do Carnaval, segundo o Professor Meuli, filólogo suíço Karl Meuli(1971), a palavra Carnaval deriva da palavra italiana Carnavale, mas explicações linguísticas, mitológicas e etimológicas são mais amplas e diversas. Que vão desde as festas pagãs do Sec. V, A/C, passando pelas festas e comemorações advindas para além do iluminismo, até os nossos dias, naquilo que cada sociedade compreende e se manifesta através dos encontros e das festas populares. O Professor Meuli lembra que já se pensou que “carnaval” derivaria, ou do carus navalis (carruagem naval), do deus grego Dionísio em Atenas, ou até mesmo do navio da deusa egípcia Ísis. Mas para o etimólogo suíço, foram Merlo e Wartburg os linguistas quem demonstraram de modo irrefutável “que a palavra [carnaval] se refere ao início dos quarenta dias de jejum, não no sentido de carne, vale! — Carne, adeus! –, mas no sentido de carnem levare, ‘trazer, retirar a carne da mesa’ (Roma, século XIII: carnelevarium; Milão, século XIV: carnelevamen)”. O Carnaval no Brasil, há quem diga que o ano realmente só começa após essa data, que é uma cultura enraizada no nosso país. Há pessoas físicas e jurídicas, que trabalham o ano inteiro para a concepção e construção das fantasias e alegorias, bem como, os Foliões, que muitas vezes pagam seus carnês, durante um ano inteiro para garantir sua participação no desfile em alguma Escola e ou Bloco de Trio Elétrico. Ela é uma data transitória que arrasta multidões pelo Brasil e costuma parar as cidades. O Carnaval é uma data tão presente na cultura brasileira que a sociedade já conta e espera por essa data. Como sabemos, o carnaval não é produto do pensamento moderno. Ele já existia até na Idade Média e nas sociedades Medievais, portanto, não é algo tão novo e moderno. Como se dá a realização dessa festa? Aí perpassa por todo um processo de planejamento invejável até para as grandes corporações, voltados e pautados pelo resultado/lucro, expressão maior do mundo capitalista, que transforma tudo em mercadoria. Há ainda, aqueles que classificam como a indústria do carnaval, que vai gerar muito turismo, emprego e renda e claro, vai trazer consigo todos os desdobramentos de uma festa com essa dimensão. (tudo demais, muito sexo, diversão, droga, crimes de toda natureza, consumo, e consumo). Por vezes, somos induzidos a pensar nessa festa, apenas como o desfile de escolas de samba e trios elétricos com os patrocínios públicos e privados, do estado, das cervejarias, emissoras de rádio e tvs e outras empresas capitalistas que estão visando nele apenas o lucro. Será o carnaval aquele que é televisionado nas ruas de cidades como Salvador, Rio e outros Estados do Brasil onde você tem que comprar uma fantasia qualquer ou abadá para festejar? E assim, alimentar essa tal indústria do Carnaval, será que é só isso? Numa sociedade de aparências, hipocrisias, fantasias, mentiras e simbolismos, tudo isso está muito bem representado nas Avenidas, ou para além delas. O Capitalismo faz tudo que o interessa “permitido ou não” em prol do Lucro e da sua acumulação. É lógico que o capital sempre se apropria de “produtos” em transformar o carnaval em mais um produto de consumo para potencializar os Lucros. Mas, existem outras formas de fazer a festa (o carnaval), com a participação popular de forma mais simples e barata. Segundo o Professor DaMatta (1997), no seu clássico: Carnavais, Malandros e Heróis, em que  traça relações entre o carnaval, a religiosidade e a hierarquização da sociedade. Ressalta as inversões e entrelaçamentos entre as classes sociais e gêneros durante a festa e analisa, o “politicamente correto” em uma festa pautada pela irreverência. O antropólogo comenta, ainda, se o país tão marcado por tragédias e notícias ruins, deveria interromper os festejos carnavalescos. Mas, ao mesmo tempo, pondera que o Carnaval, na verdade, é o momento do encontro, entre os amigos, família, momento também da reflexão e extravasamento de todas as angústias do dia a dia, bem como, a crítica sobre o cotidiano das mazelas na política partidária, inclusive com a encenação e execração das personagens tortas e tortuosas no mundo político. Assim, como a tradição da queima do Judas, todos os anos no (sábado de Aleluia), para os dias de Carnaval, há sempre os blocos com muita criatividade e irreverência para a crítica aberta e a execração pública aos mal feitores do mundo político, por toda a patifaria, corrupção, incompetências, crimes e malversação, que os seus atos desumanos, causam de dores e sofrimentos às sociedades. Segundo D. Hélder Câmara (1975), oCarnaval é a alegria popular. Direi mesmo, uma das raras alegrias que ainda sobram para a minha gente querida. Peca-se muito no carnaval? Não sei o que pesa mais diante de Deus: se excessos, aqui e ali, cometidos por foliões, ou farisaísmo e falta de amor por parte de quem se julga melhor e mais santo por não brincar o carnaval. Brinque, meu povo querido! Minha gente queridíssima. É verdade que na quarta-feira a luta recomeça, mas ao menos se pôs um pouco de sonho e alegria na realidade dura da vida!O pensamento anarquista surgiu com as ideias do político e filósofo francês Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865). Membro do Parlamento francês, durante certo tempo, e oriundo de uma família de pequenos burgueses, Proudhon criticou severamente a presença do Estado nas organizações políticas e a aquisição da propriedade privada. :: LEIA MAIS »

A demência digital: e o processo de degradação educacional


Prof.
Dirlêi A Bonfim*

Ao iniciar esse ensaio, o faço, ainda impactado com algumas leituras, de artigos, livros e matérias jornalísticas, sobre esse processo patológico, já devidamente, mapeado, registrado, pesquisado… Que está sendo diagnosticado de forma avassaladora na sociedade em geral especialmente nas crianças jovens e adolescentes. Estou a escrever sobre os efeitos devastadores da demência digital e ou vício virtual, uma doença que atinge em cheio um grande número de pessoas. Demência é um termo geral usado para descrever uma série de sintomas relacionados a um declínio progressivo das funções cognitivas, como memória, pensamento, raciocínio e capacidade de realizar atividades diárias. Confunde-se muito com a doença de Alzheimer (DA), pois esta é a forma mais comum de demência e a que mais se cobra nas provas, mas você deve ficar ligado, porque esses sintomas podem ser causados por várias outras condições. E apesar dela ser mais comum em idosos, ela não é considerada uma parte normal do envelhecimento. Todavia, não se prende apenas ao envelhecimento… Há uma série de patologias que são manifestadas nas mais diversas faixas etárias… A DA é uma das formas mais comuns de demência e representa cerca de 60-80% dos casos. É uma doença neurodegenerativa que causa a deterioração progressiva das células cerebrais e conexões sinápticas. Caracterizada pela acumulação anormal de placas de proteína beta-amiloide e emaranhados neurofibrilares no cérebro. O resultado é perda de memória recente, dificuldade de comunicação, confusão, mudanças de humor e personalidade, desorientação espacial e temporal, além de afetar a capacidade de realizar tarefas cotidianas. À medida que a doença progride, os sintomas se agravam, afetando cada vez mais áreas cognitivas e funcionais do cérebro. Segundo o Professor Spitzer (2007), que vai trazer em uma das suas pesquisas científicas, publicados no livro… Aprendizagens: neurociências e a escola da vida, quando ele tem uma opinião controversa sobre smartphones, “dizendo que eles tornam as crianças “krank” (“doentes”), “dumm” (“estúpidas”) e “süchtig” (“viciadas”), sobre o estágio em que se encontram as crianças (cérebros embotados/dementes),elas perdem a capacidade da prática de efetuar leituras e outras tarefas tão simples”. Há alguns postulados, que precisamos desmistificar, como o exemplo: Por que os grandes gurus do Vale do Silício proíbem seus filhos de usar telas? Na verdade, não proíbem, eles educam e fazem a monitoria, para uma utilização racional e controlada. Existem já algumas pesquisas científicas, que demonstram, que na história da humanidade houve um declínio tão acentuado nas habilidades cognitivas? Você sabia que apenas trinta minutos por dia na frente de uma tela são suficientes para que o desenvolvimento intelectual da criança comece a ser afetado? O uso da tecnologia digital – smartphones, computadores, tablets, etc. – pelas novas gerações tem sido absolutamente astronômico. Para crianças de 2 a 8 anos de idade, o consumo médio é de cerca de três horas por dia. Entre 8 e 12 anos, a média diária gira em torno de cinco horas. Na adolescência, esse número sobe para quase sete horas, o que significa mais de 2.400 horas por ano, em plena fase de desenvolvimento intelectual, social, psíquico e humano, o que naturalmente, trará muitas consequências. Já temos também algunsestudos sobre esse conceito da DD, que surgiram na Universidade de Seul, na Coreia do Sul. Apesar de ter ganhado maiores proporções nos últimos anos, essa é uma condição já diagnosticada desde o final da década de 2000. O termo passou a ser mais usado no ocidente com a publicação do livro “Demência Digital”, do neurocientista alemão Manfred Spitzer. Como sabemos o processo de aprendizagem, deve ser constante e permanente, o que ocorre em diversas etapas na vida dos indivíduos. De acordo com o ProfessorSpitzer (2013), no seu livro de grande repercussão mundial, chamado de “demência digital”. Vai nos informar, na sua obra, o que alguns cientistas, na Coréia do Sul, desde (2007), já vinham acompanhando nas pesquisas realizadas com crianças, jovens e adolescentes, transtornos de forma muito frequente de memória, bem como, déficit de atenção e concentração para atividades muito elementares, com manifestação de distúrbios emocionais, embotamento demasiado de inteligência, o que eles classificaram de distúrbios aliados ao processo de “demência digital”.  Os sintomas, são diversos e perversos, desde a completa dispersão do mundo real, do pragmatismo cotidiano, a que a todos são exigidos na vida normal, que incluem, desde o esquecimento, habilidades sociais limitadas, habilidades cognitivas prejudicadas a ponto de interferir no funcionamento das atividades diárias, ou ainda… Há uma preocupação inexplicável com a rede (internet), a necessidade de se manter mais tempo on-line, para tentar obter mais satisfação, mentir repetidamente sobre o tempo que permanece on-line, colocar os relacionamentos, profissionais, pessoais, de trabalho, casa, escola, tudo em risco por conta do uso excessivo da internet, além das doenças relacionados a irritação constante, a tendência à depressão, instabilidade de humor, instabilidade emocional,psicanalítica, etc… É necessário entendermos o termo patológico, como algo muito prejudicial (doentio), que precisa de algum tipo de intervenção clínica, no sentido de que a pessoa possa recuperar, inicialmente à sua normalidade e ter alguma qualidade de vida, que está comprometida. :: LEIA MAIS »

Vida e Morte Descobertas – Cultura di Fato

Por Marco Jardim

Debruçado sobre a escrivaninha da antessala do meu quarto, no apartamento que fica aos fundos do pátio da minha casa, na rua Joana Angélica, interior da Bahia, senti um frio percorrer a espinha, como um sopro.
Larguei os utensílios necessários para a escritura, as penas e a tinta, despertei o coração cansado e escutei os passos.
Passos sobre as telhas de barro.
No terreiro ao lado da casa, os ogãs, com o ibê e o ilú salientes, puxavam a voz de uma velha senhora que, em língua afro-cubana, cantava aos mortos.
“La muerte esta con nosotros”, celebrava a mulher com autoridade.
Senti outra vez a friúra no corpo tremido e fiquei profundamente impressionado.
Saí ao átrio, havia um vento farfalhando nas folhas da pitangueira miúda à qual fui recentemente presenteado e tratei de auscultar, na ânsia de reconhecer os rumores.
Sobre o banco de ladrilhos, meu gato branco olhava para mim, como que espantado.
Esquadrinhavam-me também o livro de capa amarela, a fotografia em preto e branco feita por meu pai há quase trinta anos, a face de uma Madonna com sombra azulada sobre os olhos e as pequenas estatuetas budistas de bronze, estas viradas de costas para a porta de madeira gasta.
Não sei bem o que em mim querem lembrar. Por que me miravam?
“Que opinas desta foto? Como me veo?”, sussurrou uma alma quase aos meus ouvidos.
A pergunta inestimável, feita em espanhol, sem que eu me recordasse de átimo o contexto, deveria ser fruto dos meus pensamentos.
Mas, ali, naquela noite quente de fim de ano, parte do mundo – o que me cerca, mas não me insula – induzia, pelo olhar, a que eu opinasse sobre tudo e todos à volta, como se formasse juízo de vida e de morte.
Olhavam para mim – o gato, o livro, a fotografia, a sombra – e talvez quisessem descobrir, como no relógio sobre a mesa, alguma busca ou um impulso.
“Quem sou? Para onde vou?”, murmurou a voz desconhecida outra vez.
Não teria feito a menor diferença se fosse uma passagem pela Baker Street ou uma viagem de trem ao redor do mundo.
Fosse um bar à beira-mar ou um café na Serra, em Minas.
Qualquer lugar que eu estivesse – e calhou de ser o pátio onde vejo as estrelas enquanto, sozinho, fumo um cigarro de palha -, eu estaria só, intoxicado em meu próprio medo.
Entre bilhões de humanos, eu estava ali, visto por alguém que não entrevia.
Foi quando notei, sobressaltado, na escuridão diligente da noite, um homem.
Um homem descorado como um céu branco escorrendo dos olhos.
Meu Deus, autor do mundo, diga-me: estava eu a sonhar?
Entre o plano físico e o que de imaterial há, não deveria aquilo ser real.
Mas trago à memória – e pasmo estou – um fato: este homem me olhou, ali, perto do caqueiro de cimento, coberto de brumas.
De onde veio? De que norte?
Nada seria ainda mais assombroso, no entanto o estranho homem que jazia falou.
“Pare de tanto andar, pensar e pretender mover o mundo”, disse ele, em tom imperioso.
Disse, ainda, que preciso reorganizar as minhas forças armadas, abraçar causas até onde meus braços alcancem, e não além.
Contou que um dia terei um sítio, um lugar rústico, com uma pequena horta e um pomar.
E, dos lábios que mais pareciam feitos da borracha do dia, disse-me que, ultimamente, deixei de existir.
Durante a conversação, cessaram os atabaques da vizinhança.
O som, agora, era quase etéreo, como se precipitasse o amanhecer.
O homem, alheio de si, ainda afirmou que, um dia, criaremos, juntos, obras de real imaginação.
Ah, aquele homem era estrangeiro, que nem eu.
Deixava ali as velhas vestes de seu destino para adotar uma nova humanidade.
Um homem que, de tão morto, quase dormia aparentemente em vão.
Parecia ter, perto do termo, uma consciência sobre si e sobre o que faria depois, servindo de inspiração.
“Viver é agora e, logo mais, pode não ser”, ainda teve tempo de dizer, antes de morrer.
“Muerto, muerto esta. Ni muerto acaba su penar”, voltou a rezar a velha senhora do terreiro ao lado.
Entre o espanto provocado pelo diálogo austero, os olhares e os sons dos tambores, vi cada gesto, em cada segundo seu, que parecia me dizer que aquele homem era eu.
Farei, então, se preciso for, exatamente assim: morrerei este homem em mim.

 

alessandro tibo


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