Estive na inauguração do Hospital Samur na década de 70, lá estavam ídolos da política e do meio empresarial nos quais me espelhei. Dona Lúcia não estava, tenho quase certeza, era bastante jovem, deveria estar se “escolando” em fazer o bem.

Mas vimos o Frei Serafim, os advogados Orlando Leite e Nilton Gonçalves, ali se fez presente também Dr. Edvaldo Flores, este mais os dois citados anteriormente, adversários políticos de Sebastião Castro e Jadiel Matos, sócios investidores do Samur. Não obstante a isso, não impediu que eles estivessem juntos naquele momento histórico da saúde privada de Vitória da Conquista, a civilidade e o respeito pelas diferenças partidárias sobrepunham aos pensamentos diversos e distintos.

A cidade cresceu e o Samur acompanhou, só que não impediu que os conquistenses enxergassem nas figuras de Dr. Josué Figueira, Belline e Ricardo Bittencourt, dos médicos Raul Pithon e Aderbal Pereira a cara do Samur. Eles todos e mais alguns que não sejam do meu conhecimento, foram e são responsáveis pela grandeza e importância daquele hospital tão indispensável à saúde regional.

Sai gente e entra gente, como acontece em toda grande empresa, mas a estrutura, não a física, mas a emocional, sofrerá tanto como agora, com a partida dessa mulher incrível, brava, guerreira, uma verdadeira espartana. Dona Lúcia, uma querida amiga que fará falta a todos nós.

A cidade perde uma grande cidadã, os amigos perdem uma grande referência, a família perde um guarda chuva acolhedor e o Samur perdeu um anjo protetor.

Exemplo de força e fé, foi um exemplo de resistência, foi uma presidente comedida à frente do Conselho Municipal de Saúde, embora nunca tenha aberto mão dos direitos da classe.

Vá com Deus, Dona Lúcia, a senhora deixou um exemplo de vida a ser seguido.