Considero a professora Aline Pedreira uma das mais entusiastas defensoras da educação em nossa cidade. É apaixonada pelos meninos e meninas que estão ao seu redor, cuida de todos como se fossem seus filhos e filhas, sente na pele a angústia desses jovens que buscam no saber, vencer na vida, ajudar a si mesmo e ser orgulho para a família. Existe uma relação de confiança mútua entre Aline e essa turma inquieta em busca do futuro.

O texto a seguir é da sua autoria, ela o fez na manhã de hoje, entre uma tarefa e outra. O seu tempo é muito bem distribuído, e sempre tem um espaço reservado para discutir a nossa educação, de Conquista, da Bahia e do Brasil:

“Em países que não possuem recursos naturais como Singapura, o governo instituiu a Educação do povo como prioridade, desde os primeiros passos da alfabetização até ao doutorado de muitos, nas áreas mais complexas: da medicina à tecnologia mais avançada, como?

Investindo na carreira do professor e punindo seriamente os políticos corruptos.

Ao contrário de uma ideologia retrógrada que muitas vezes, mesmo nos textos didáticos não questiona a ética e os valores em sala de aula, ou ainda q se discute a possibilidade de se minimizar a literatura na grade curricular, em Singapura a leitura e os números são priorizados desde muito cedo, e os alunos são convidados a ler uma média mínima de 25 livros por ano, e pasme, em Mandarim e Inglês… é um país trilíngue.

Na ponta do retrocesso, seguimos nós, monoglotas, com o risco iminente de perder a essência da “flor do Lácio” como Bilac se referia a língua portuguesa…

Vivemos numa Babel de uma única língua: os reducionismos em excesso, os estrangeirismos, gerundismos e os neologismos desnecessários, que empobrecem a língua, e pior, vem se refletindo nas redações que definem, na maioria das vezes, quem passa ou não numa seleção de ENEM ou vestibular…

Não é estranho?

O ensino público *aceita* para manter a autoestima alta do aluno, e o mundo lá fora cobra diferente…o resultado?

 A disputa de vagas no sistema público por quem segue, na rede particular, um ensino regrado, termina por oferecer essas vagas para esses indivíduos em detrimento ao aluno da rede pública, vítima da permissividade dos conselhos de classe…

E reprovar é ruim?

Para os cofres do Estado sim; para o aluno, a oportunidade de rever conteúdos, e sair em pé de igualdade com alunos da rede privada.

Com o advento da Covid 19, a situação se agravou em muito, vez que boa parte dos sujeitos não possuem acesso à rede, outros sequer têm um tablet para acompanhar as ditas aulas onlines, que como objeto de revisão, correção, discussão, funciona muito bem nas plataformas, e observe que o governo ofertou cursos aos professores, mas isso não substitui o olhar atento do professor para o aluno que, no silêncio da sua carteira, remói o que não conseguiu apreender…

‘Mudam-se os tempos, mas não mudam-se as vontades” diria Camões.

Retornar às atividades é imperioso, somos um dos países que ficou atrás no quesito da volta às atividades educacionais e o porquê disso?

Só as autoridades que gestam essa nação poderão nos responder…