B.M: Candidata Maris Stella Novaes, candidatura feminina, única, inclusive, no universo de seis candidatos depois da retirada do professor Abel. Eu gostaria de saber o seu sentimento em relação a esse fato inédito em Vitória da Conquista, uma mulher, historiadora, que ousa buscar um oportunidade de dirigir o destino administrativo de Vitória da Conquista sendo candidata à prefeitura da nossa cidade. Valeu a pena depois de submeter à apreciação do eleitor? O que significou, o que extrair de positivo.

M.N: “De fato é uma eleição que acontece dentro de um contexto que difere bastante de outros pleitos. 

Pandemia, ataques às instituições democráticas, o debate político sufocado pela polarização entre forças e lideranças partidárias reacionárias. Assim, optam em garantir a disputa pelo poder, confundem o eleitorado, e transformam militantes e eleitores em membros de torcidas.

Tudo isso empobrece o ambiente político e restringe os espaços para que novos atores sociais possam acessar o direito de efetiva participação democrática no campo das disputas eleitorais. Apesar ou talvez por causa de tudo isso, Vitória da Conquista vive hoje um momento singular em sua história pós 1988, quando foi promulgada a Constituição Cidadã.

Como primeira mulher a me candidatar a ser prefeita desta cidade, tenho a convicção de que a Rede Sustentabilidade, partido abre com pioneirismo desta candidatura a oportunidade para que outras mulheres também assumam o protagonismo no campo das disputas eleitorais pela prefeitura de nossa cidade. Maris Stella, está sendo a primeira. Mas, não deverá ser a única!

Portanto, independente do resultado que saia das urnas no dia de hoje, me sinto uma mulher vitoriosa, em paz com meu comprometimento ético, de cidadania e de representação do espaço das mulheres na luta por direitos e ocupação de poderes.

Agradeço imensamente á Rede Sustentabilidade e ao colégio eleitoral pela confiança e oportunidade.

A Caminhada popular sustentável que realizamos nesta eleição, lançou sementes de uma outra política para cidade, e vamos continuar cultivando até que o oxigênio de novos ares sejam possíveis na política local.”