Está muito difícil para todos nós, por mais que queiramos entender o processo cíclico da vida, de que somos finitos e não perenes, não estamos acostumados a assistir tantas perdas irreparáveis como tem acontecido nos últimos meses e dias.
Apesar da pandemia ter nos imposto uma nova e absurda realidade, na qual a morte ganhou aspecto de banalidade, ficou normal, parece que nos acostumamos em ver tantas vidas se esvaindo, escorrendo como água água entre os dedos. Todo dia ao nosso redor parte alguém do nosso conhecimento. Do meu relacionamento, do nosso relacionamento, estamos vendo vidas tão preciosas nos deixando, partindo prematuramente e nos deixando órfãos dos seus convívios, deixando seus familiares perguntado à Deus: “por que, Senhor? Tão jovens, com tantos projetos pela frente, com tantos sonhos. Por que?” É muita gente jovem nos deixando, vítimas de causas que, mesmo leigos, podemos considerar estranho.

Yury, você é um cara sadio, não fuma, bebe discretamente uma cervejinha, atleta, corredor, frequentador assíduo de acadedemias, e por que o seu coração parou de repente e nos deixou arrasados?

Quando recebi a primeira ligação fiquei parado no meio da rua, sem querer acreditar que o amigo e irmão sofreu um infarto. Depois mais uma ligação, mais uma, mais outras, foram várias, de pessoas diferentes, e por último aquela que eu não queria ouvir: “ele não resistiu, o Samu tentou reanimá-lo, já era tarde”.

Yury deixará um vazio tão grande, ele é daqueles que costumam chamar de “insubstituível”, assim como Fred e Moisés, sua cadeira ficará vazia, o Massicas perdeu um apaixonado, um dedicado, um mentor insubstituível do nosso sucesso.

Yury já tinha programado para o próximo dia 31/10 um encontro para relembrar os momentos inesquecíveis vividos com Moisés. Dante Gusmão, proprietário do Camarote e da Casa 7 me enviou um áudio que Yury gravou: “Dante, o Louge 500 ainda é seu? A nossa turma está toda assombrada, a turma dos anos 90, depois que Moisés morreu. E a gente quer reunir todo mundo, são 20 pessoas, não é festa, não tem mulheres, só os homens, só uma ceverjinha e petiscos pra gente lembrar “Zéis” (Moisés)”. Ficou tudo certo, data e local, só que Yury partiu e fará sua festa particular com o seu amigo do peito.
Vá com Deus, amigo, irmão, diretor. Seus familiares e amigos estão orgulhosos do homem correto que você sempre foi.

O velório será às 14h, na Pax, ao lado da Capelinha do São Vicente.