Por Maria Reis Gonçalves

(Psicóloga)

Todos nós iremos lembrar de 2020, como o ano da Pandemia de Coronavirus! Os livros de História Geral, irão falar da doença que matou milhares de pessoas em todo mundo, no entanto, muito pouco deles, irão falar do Preconceito que sofreram as pessoas que foram acometidas pelo vírus. Uma doença que se originou no Oriente, e em pouco tempo, contaminou todo o mundo, Principalmente os países onde a maioria da população é formada por pessoas idosas.

O Brasil, tem sofrido muito com essa nova doença, as pessoas não entendem como se contaminam e de que maneira podem se curar. Não existe um remédio, uma vacina ou mesmo um paliativo, quando ela se instala. No entanto, o pior de todos os males, não está na doença, propriamente dita, mas no preconceito que surge, contra as pessoas que foram infectadas. Enquanto os profissionais de saúde lutam contra o inimigo invisível, os governos fomentam ações de isolamento, realizando testes e procurando comprar materiais que supram as necessidades básicas do combate, o medo do Covid19 está aflorando nas mentes das pessoas. A hostilidade contra os infectados está se tornando comum e episódios de natureza preconceituosa  tem se alastrado por todo território nacional, como se o doente tivesse culpa de ter contraído o vírus.

Temos assistido também, preconceitos contra os povos asiáticos, principalmente chineses, que são considerados culpados pela propagação do vírus e, principalmente pela sua cultura alimentar, tão diferente da nossa. Atos xenofobicos tem preocupado as autoridades judiciais, e tem feito muitos orientais se trancarem em casa. Outro preconceito, que ficou bem evidente, se relaciona com pessoas idosas. Nas redes sociais surgem“brincadeiras“, que demonstram claramente o preconceito que se instalou nessa pandemia, contra as pessoas da terceira idade. Quem não lembra de um Card. onde se intitulava, como brincadeira, Caminhão Cata-Véio ou mesmo outras mensagens em relação a idosos na rua, uma “gracinha” sem graça nenhuma.

O preconceito é crime e machuca! É algo totalmente inadmissível e muito doloroso, imaginar que uma pessoa pode ser preconceituosa com outra, só pelo fato de que essa outra está doente. As hostilidades, ódio e até mesmo repulsa por conta de uma doença, além de desumano, é feio. Sabemos que o preconceito é intrínseco no ser humano, Portanto, não podemos falar que não existe preconceito em nós. O ideal seria que pudemos enfrentar nossos medos, sem precisar magoar o outro, sem precisar denegrir ou discriminar uma pessoa, por ter uma doença que não escolhe cor, situação econômica, idade, credo ou raça. Temos que entender que qualquer um de nós poderá ser contaminado, mesmo dentro de casa. E entender que se agirmos com preconceito contra alguém doente, o próximo a ser discriminado pode ser nós mesmo.

A mudança está dentro de cada um de nós! É através do nosso amor ao próximo, do nosso olhar acolhedor, da tolerância nesse mudo plural, que iremos combater o preconceito e a resistência contra as pessoas que se contaminaram com o Covid19. A nossa educação em relação ao vírus, nos dará o conhecimento necessário, que permitirá, ajudarmos aqueles que estão em isolamento social, incapacitados de ter contato com seus familiares, colegas de trabalhos e amigos. Devemos ter empatia com essas pessoas, devemos ligar para os amigos que estão em isolamento, mostrar nossa solidariedade, falar que estamos com saudade e que nos importamos com ela. Devemos mostrar a nossa alegria no seu processo de cura, ser solidário, garanto que a pessoa, nunca esquecerá e irá agradecer pelo resto da vida, por sua solidariedade. Por isso, não faça do seu preconceito, uma dor a mais!