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O tema marca as discussões da instituição no 13 de maio

No dia 13 de maio, data que simboliza um momento de reflexão e de protesto contra as desigualdades e injustiças raciais, a secretaria do Meio Ambiente (Sema) promoveu um diálogo com a doutora em sociologia Carla Liane, ex vice-reitora da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) e especialista em Direitos de Afrodescendentes. O encontro, mediado pelo diretor de Educação Ambiental da Sema, José Carlos Oliveira, foi transmitido no instagram da instituição (@semabahia) na noite desta quarta-feira (13), e faz parte da série de lives Pandemia e Meio Ambiente.

O secretário do Meio Ambiente, João Carlos Oliveira, abriu o debate falando sobre a importância da temática para uma reflexão sistemática das injustiças e desigualdades sociais que se intensificam em momentos de crise como a que estamos atravessando no mundo. “Desejo a todos um momento de reflexão que nos apontem caminhos para uma ação efetiva que promova a garantia de direitos sociais, políticos e ambientais para toda população”, afirmou, falando também sobre as ações adotadas pelo Governo do Estado para conter o avanço do Covid nos municípios baianos, de forma a garantir o acesso da população ao atendimento de saúde.

Para a socióloga Carla Liane, o 13 de maio é um dia de renúncia ao racismo institucional que oprime o povo negro, um questionamento dessa emancipação no campo real, e o reforço da necessidade da luta diária. Liane fala do atrelamento das diversas formas de racismo, entre eles o ambiental, aos diversos formatos neoliberais do capitalismo. “O conceito de racismo ambiental se relaciona com a ideia de injustiça e desigualdade no acesso aos recursos ambientais. Cerca de 80% dos recursos naturais são consumidos por menos de 20% da população mundial. A natureza é vista como um recurso a ser explorado, um estoque de valor, e esse projeto econômico escancara uma concentração de riquezas e uma iminente catástrofe ecológica”, afirmou.

José Carlos Oliveira trouxe para a discussão o acirramento das desigualdades e injustiças sociais em momentos de crise, e a vulnerabilidade das comunidades historicamente excluídas. “O nosso país já estava mergulhado em crises mesmo antes da pandemia, na esfera economia, social, política e também ambiental. Estamos subordinados a essa lógica de acumulação capitalista e ainda temos o agravante da questão política, pela ascensão de um governo de orientação da extrema direita que nos fragiliza através do negacionismo da ciência e da falta de reconhecimento da gravidade do momento que estamos vivendo. Essa dependência e subordinação do capital externo, aliado a esse modelo neocolonial de estado acaba aprofundando as desigualdades”, disse Liane.

Questões como a flexibilização das normas ambientais e enfraquecimento dos órgãos de controle e fiscalização, instabilidade social e ambiental, educação e racismo ambiental, e a reflexão do pré-crise, também foram abordadas durante a live. Para quem tiver interesse de acompanhar, a sema disponibiliza a live Pandemia e Racismo Ambiental até ás 19h de hoje (14), em seu canal no instagram @semabahia.

Educação e Meio Ambiente

Na próxima quarta-feira (20), às 18h, a sema transmite a live Educação e Meio Ambiente, com o engenheiro agrônomo Valdo Cavallet. Cavallet é mestre em Ciência do Solo pela Universidade do Paraná, e doutor em Educação pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professor associado da UFPR Litoral. Tem experiência na área de Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: educação superior, educação profissional e tecnológica, (des) envolvimento sustentável, formação de professores, formação profissional, gestão e avaliação educacional e projetos político-pedagógicos emancipatórios. A live será mediada pelo secretário do Meio Ambiente, João Carlos Oliveira.