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Em Vitória da Conquista não houve manifestações contrárias, pelo menos não houve mobilização para que o ex-ministro reunisse com militantes e lançasse o seu livro. Houve sim reações contrárias através das redes sociais, mas nada para impedir que o direito de expressão fosse respeitado, conforme reza nossa Carta Magna. O que me surpreendeu foi o silêncio sepulcral por parte do staff político do Partido dos Trabalhadores, representado apenas pelo atual presidente Isaac Bomfim, quem sabe, talvez, por outros membros da diretoria, mas que não sei quais são. O ex-presidente Rudival Maturano também se fez presente. Vereadores do quadro petistas apenas o professor Cori, que já não é muito mais do 13.

A esquerda institucional não compareceu, nem PCdoB, nem PSB, Rede, PCB também não, e muito menos o PSOL. Portanto, foi uma visita meteórica. O que salvou o “cavaleiro andante” foram os petistas de carteirinha que compareceram e assistiram uma aula de história política, não apenas do Brasil, mas também do mundo. Se você que não foi, seria convencido, não sei. Eu ouvi tudo de perto, só que o debate não foi aberto, então não pude questionar.

Em Itabuna o “bicho pegou”. Parte da cidade se levantou, insurgiu, bradou alto e como se não bastasse, colocaram um trio elétrico em frente à Câmara Municipal para fazer mais barulho. No Legislativo seria (foi) realizado o lançamento do livro do ex-ministro que já tem pré-agendado para voltar dado o sucesso do ato, segundo os petistas da cidade grapiúna.

A Câmara Municipal de Itabuna, ainda de luto pelo falecimento do radialista e ex-vereador Roberto de Souza, viu suas bases tremerem, o clima ficou tenso, temia-se até por um confronto entre os os grupos de esquerda e de direita. As redes sociais indicavam isso, setores que votaram contra o PT, indignados com a visita do mentor intelectual do governo Lula, assim se expressava: “Itabuna merece respeito, a Câmara não pode abrir as suas portas para esse… ele estava preso, liderou um projeto de destruição do país”. Foi assim durante todo o dia, os itabunenses não se conformavam com a presença de Zé Dirceu.

Nem todos pensavam assim: “onde está a democracia? Não precisa ir, vai quem quer, é um absurdo querer impedir a livre manifestação”, outros clamores surgiram através dos militantes do partido de Geraldo Simões, Josias Gomes, Jackson Santos, que investiram de forma mais dura, e mesmo estando em Ilhéus, assim dirigiu-se aos colegas de sigla, através do WhatsApp: “companheiros, vamos descer pra Itabuna, estão tentando impedir a realização do ato com a presença de Zé Dirceu, isso é um absurdo!”

O ato aconteceu, as manifestações foram acirradas e isso é o termômetro do que será a disputa eleitoral do próximo ano. Inclusive, em Itabuna, onde Geraldo Simões ensaia a sua volta pelo PT, o PCdoB, como sempre na “estia”, o PSD pretende apresentar Augusto Castro. O Capitão Azevedo é bastante lembrado, tem também Mangabeira do PDT, e por último o insaciável Fernando Gomes labuta com o travesseiro, será mais uma vez candidato.

19 de dezembro ficará na memória de Zé Dirceu e dos itabunenses.