delegado valdir barbosa

Por Valdir Barbosa

Sempre estive atento aos sinais que brotam em nosso íntimo, desde quando, ainda muito jovem sentia os efeitos daquilo costumeiramente chamado, intuição.

Meu dileto amigo Pedro Lino, parceiro do tempo juvenil, a época do Colégio Antônio Vieira, os intitula bolhas. Segundo diz, elas são levemente estouradas em nosso juízo, a título de advertência, ou indicação ao quanto respeita qual caminho deveremos seguir, na possibilidade de acertar face às suas iluminações.

Estudiosos dos mistérios ligados à transcendência vão além, com base nas verdades da doutrina espírita elevando ainda mais, justificativas capazes de explicar ditos fenômenos. Neste viés pode ocorrer, em contrapartida a influência negativa de entidades obsessoras.
Hoje, me pus diante de uma destas situações e por conta disto estive a salvo de praticar erro imperdoável. Precisei vir a Vitória da Conquista tratar de assuntos pessoais e profissionais, fim de semana estiquei minha visita à rainha da pecuária baiana – Itapetinga – onde pude rever filha, netos e genro, afinal marquei meu retorno de volta para casa, nesta manhã.
Como de costume, enquanto promovia caminhada logo cedo interagi com Roberta, a doce amada guardada em nosso refúgio soteropolitano, junto com seu rebento, já universitário. Notei sua reação, um tanto quando morna, enquanto falávamos através mensagens gravadas imaginando ter razão seu desânimo, numa pequena virose da qual ontem havia queixado lhe ter contaminado.
Retornando ao aposento da hospedaria, na qual costumeiramente me ponho, no fito de arrumar coisas que levaria comigo, eis que minha aliança rola, da banca onde se achava, dentre outros pertences e cai aos meus pés.
Inclinado para fazê-la recolhida vejo inscrição que revela data, na qual nos esposamos, em solenidade efusiva realizada justo nesta pousada de tantas lembranças, até porque, em meados da década de setenta estive aqui pela vez primeira, trazido pelo meu saudoso compadre Jerôncio Brito, o rei de vendas das exposições agropecuárias nos tempos idos.
Observando a inscrição na parte interna do anel fui tomado de arrepio, posto ali estava: 19/06/2004. Assim, justo hoje, nosso matrimônio completa 14 anos, de quase dezenove eras vividas a dois, onde prepondera o bem querer, sob o fogo cerrado de uma paixão inarrefecida, resultado de amor fundado na reciprocidade.
Não havia desejado ao meu bem querer, os parabéns pela data; não lhe comprara presentes, nem enviara quaisquer mimos, ao menos flores. Ligeiro tomei o telefone, enquanto mentalmente agradecia ao bom querubim que mandou aquele sinal de luz e lhe escrevi:
E nossa comemoração vai ser aonde? Obrigado por tudo nestes anos todos. Releve os equívocos, decerto tenho tentado errar menos e acertar mais, circunstancia que não poderia ser diferente, afinal, seus exemplos e sacrifícios são faróis a iluminar meus caminhos.
Parabéns, sobretudo para mim, o grande beneficiado nessa relação, sem duvidas viver contigo é mais que privilégio. Em seguida fiz uma selfie, no canto em que o Magistrado nos declarou marido e mulher, também postada.
Recebidas as mensagens responde ela entre sorrisos e afirma. “Você lembrou, pensei houvesse esquecido”.
A verdade patrocina a confiança, principal vértice orientador que fortalece as relações, portanto entendi importante prestar-lhe homenagem fazendo este relato.
Viva 19 de junho! Que outros venham e nos encontrem juntos, querida.
E que os sopros divinais responsáveis por meus acertos sempre estejam rondando nossa vida.