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Por Maria Reis Gonçalves (Tia Nem)

Sabemos que a violência contra as mulheres não é fato novo, a história nos mostra que as mulheres foram condicionadas a uma posição hierarquicamente inferior ao homem, com isso podemos apontar o preconceito, a discriminação e a intolerância como os principais predicativos da violência de gênero. Desde os gregos antigos até há pouco tempo atrás, a sociedade tinha a mulher como um ser inferior, e, por isso, os homens detinham o direito de exercer uma vida pública. A mulher vivia para criar os filhos, cuidar do lar, ter uma vida recatada. Nem mesmo a Revolução Francesa que nos deu a Carta Magna, e que estabelecia a igualdade, colocou a mulher em um patamar melhor em relação ao homem, na verdade qualquer uma que pretendesse galgar espaços na vida pública, seria morta, na guilhotina, por tentar ser igual ao homem. Foram os casos da escritora feminista, francesa Olympe e a atriz Clarice Lacombe, a primeira mulher a organizar uma Sociedade das Mulheres Revolucionárias. As duas foram guilhotinadas.
Christopher Lasch, professor, escritor e historiador americano, nos fala que a história da mulher pode ser dividida em duas épocas, e que foi separada pela revolução sexual da década de 60. Após esse período, as mulheres conseguiram conquistar um grande avanço no campo do trabalho, na economia, política e no controle do seu próprio corpo, trabalhados pelos movimentos feministas, que se originaram do Ocidente. Sabemos que as lutas pelos direitos das mulheres nunca foram uma tarefa fácil. E a violência praticada contra as mulheres viola os direitos humanos e tem tornado uma luta não só para as mulheres, mas, também para todos que entendem que a igualdade é um direito de todos, o reconhecimento que todos possuem o mesmo direito. No mundo inteiro, ainda praticam violência contra as mulheres! Nas sociedades, encontramos pensamentos caducos e crenças esclerosadas, que olham a mulher como um ser inferior ao homem, e por isso podem ser alvitradas com violências físicas, o estupro, torturas psicológicas, torturas, assassinatos, mutilações, além da discriminação e do preconceito que vem revestido de toda essa violência.
As mulheres que sofrem violência, tendem a entrar em depressão, sofrem de ansiedade, problemas com a alimentação, traumas sexuais, sintomas psicossomáticos etc. Na maioria dos casos, registrados em Delegacias e mesmo os que ficamos sabendo, o agressor é o homem com o qual a mulher mantém um relacionamento amoroso. Sabemos, que a mulher ainda tem um longo percurso na luta para legitimar os seus direitos, muitos tabus precisam serem quebrados, muitos direitos serem conquistados e muitas medidas preventivas e punitivas, precisam ser levadas a sério, tendo em vista as estatísticas que mostram a violência contra as mulheres nos pequenos e grandes centros. Apesar de todos os avanços sociais no combate a violência, política e jurídica, há uma necessidade dos movimentos dos direitos humanos, precisarem encontrar instrumentos afetivos, na promulgação da cidadania e dos direitos das mulheres.