curtinhas

Nesta manhã fria só mesmo os fatos políticos para esquentar os conquistenses que adoram discutir os destinos da cidade a partir das eleições do próximo mês de outubro.

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São emoções a cada instante. A todo o momento uma novidade. Mudanças inimagináveis. Outras lógicas, já esperadas. Outras que ainda estão por acontecer. É só esperar. Daqui até o dia 05 de agosto, sexta-feira, data máxima para realizar as convenções, muita água ainda correrá por debaixo da ponte. Águas claras, cristalinas e também turvas, com muito lodo e lixo.

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Não podemos desconhecer o “abri mão da minha vida, da minha família, dos meus negócios, para servir a minha cidade”. É verdade, pelo o mundo afora tem pessoas que sacrificam pessoalmente para exercer um cargo público, eletivo, e o faz por prazer, então deixa de ser sacrifício. Aqui em Conquista tem muita gente assim. Não precisa destacá-las para não deixar alguém de fora da lista e ser injusto. Até porque tem tanta gente no anonimato.

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Mas o conquistense é um povo inteligente, sabe discernir. Seja aquele que nasceu aqui ou aquele que veio de fora e engrandece a nossa terra com a força do trabalho.
A cidade identifica os bons e os ruins. Não com os olhos de Cristo para julgar, acusar, apontar o dedo. Mas, no mínimo, para escolher bem, para votar naqueles que imaginam que poderão melhor cumprir o seu mister à frente do executivo e do legislativo.

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A efervescência política começou quando o PCdoB entregou os cargos que ocupava na Prefeitura Municipal. Rompeu com o governo Guilherme Menezes. Paralelo ao fato, o PSB também insurgia, reclamava que precisava de espaço político. Que o PT só quer, nada dá.

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Perguntado pela imprensa o que ele sentia sobre essas inquietações, o prefeito Guilherme, principal liderança do PT na cidade, respondia: “que é tudo muito natural, é da democracia, portanto, é legítimo o que os partidos buscam no sentido de querer seguir os seus rumos”.

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Em silêncio, mas também insatisfeito, o PV dava mostra de insatisfação e engatinhava os primeiros passos para pular do barco governista. Mais à frente se acomodou, se alinhou junto ao PCdoB. Os dois partidos estão juntos na disputa pela prefeitura de Vitória da Conquista: Fabrício Falcão e Mão Branca, prefeito e vice, respectivamente.

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Alexandre Pereira deixou o PT e foi para o PSB. Deixou não, foi pinçado da sigla petista, sua casa, onde morou durante muito tempo, inclusive se destacando como uma das mais gratas revelações políticas da cidade. Probidade e competência, dois atributos de Alexandre. Tinha um céu todo a sua frente para voar. Lá não deu, não permitiram. No PT o espaço foi pequeno para militante de quatro mandatos no legislativo, inclusive, presidiu a casa em duas oportunidades.

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Vieram Lídice da Mata e Fabíola Mansur, senadora e deputada do PSB, para juntar-se a Joas Meira, atual vice-prefeito, ao staff socialista local (Gildelson, Zé Carlos Oliveira, Genivan Neri) e ao vereador Adenilton Pereira. Todos perfilados, batendo palmas para o novo filiado que chegou com pompas de pré-candidato a prefeito.

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Joas Meira era o nome natural para a disputa, mas abrira mão para o novo filiado para simbolizar uma candidatura forte, já que Alexandre Pereira saiu do PT. Era mais um pra somar no quesito insatisfação e propagar a alternância de poder.

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Começaram as costura partidárias com o Grupo Independente, com a Rede e com o próprio PSDB, tentando juntar forças para construir uma terceira via capaz de atrair o eleitorado que não quer votar no PT e também não no PMDB. O PCdoB até que foi tentado. Conversaram, mas esbarrou na cabeça de chapa.

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Pela oposição o caminho estava aberto para uma mesma caravana, para um mesmo povo, o destino um só, único, a Praça Joaquim Correia. As pesquisas apontavam e continua apontando Herzém como o que melhor pontua. Fácil de resolver. Difícil. Muito difícil. “É por isso que a oposição não ganha, não se une”, dizia um membro dos que acham que o projeto petista já cumpriu o seu ciclo.

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Marcelo Melo, Arlindo Rebouças, Armênio Santos e Esmeraldino Correia se colocaram como pré-candidatos, cada um se via ou se vê como prefeito. Muito natural que isso ocorra. É eleição de dois turnos. Cada um quer mostrar a sua força. Esmeraldino já retirou sua pré-candidatura, apoia Herzem. Marcelo e Arlindo se juntaram. Esperaram Dona Eny. Não foi. “Olhe o meu nome está aberto para a unidade. Retiro sem problemas”, falou a tabeliã que despontou como um quadro promissor.

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As palavras acima proferidas por Dona Eny foram ouvidas por Arlindo Rebouças e Marcelo Melo em reunião que tentavam formar uma chapa competitiva. Não vingou. Chegou perto. Enquanto isso, Joas e o PSB viam Alexandre descartar a disputa.

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Muita gente imaginou que o vice-prefeito de Guilherme cederia aos convites feitos por todos os partidos da base governista, pelo próprio Guilherme e por Jose Raimundo e Waldenor Pereira para que o PSB retornasse ao antigo convívio e formasse a chapa que todos consideram que venceria as eleições.

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Ao contrário, Joas não aceitou e ocupou o lugar deixado por Alexandre e colocou-se como pré-candidato pelo PSB. Eu mesmo ouvi de uma influente figura petista: “esses caras estão loucos. Vão pra onde? Zé Raimundo já tinha como certa a vinda de Joas.”

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Dona Irma Lemos, nome de confiança do governo, companheira de todas as horas, é assim que é vista pela população em relação ao governo municipal. “Minha mãe não foi procurada pelo PT. Todos os partidos ou quase todos foram conversar com ela oferecendo a vice. O PSDB, DEM, PPS e PCdoB. Fomos para o PMDB sem compromisso de ser vice. Depois é que aconteceu. Mas deixamos lá grandes amigos, inclusive, Guilherme e Zé Raimundo”, disse Sheyla Andrade, filha da vereadora Irma Lemos.

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Enquanto o governo sentia a perda, a oposição se chateou. “Poderia ter esperado um pouco mais. O PMDB precipitou. Quer unir desse jeito?” Queixaram algumas figuras da oposição. Até hoje o caso rende. Herzem, segundo a sua assessoria, não podia esperar mais. “Não conseguimos prosperar nas conversas. O nosso desejo seria unir todo mundo no primeiro turno. Uma pena! Mas no segundo turno todos estaremos juntos”, diz o interlocutor.

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José Raimundo, Edvaldo Alves e o presidente do PT, foram a residência da Dona Eny formalizar o convite para que fosse a vice. O PDT com o seu tempo de TV, além da figura da pré-candidata do GI, impressionou os petistas. Leveza na chapa, diálogo com o mundo feminino, com o empresariado, olhar para o inusitado. Tudo isso contribuiu para o PT ir buscar Dona Eny.

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O artífice do Grupo Independente, Romilson Filho, considerou o convite tentador e cedeu. A disputa carreira solo, candidatura própria, saia da ordem do dia. Mudam-se os planos e parte para mudar o discurso. “A oposição nos subestimou, nos ignorou. O PT nos valorizou. Vamos ser vice do futuro prefeito de Conquista. Zé Raimundo ganhou as eleições”, verbalizou Romilson, justificando sua posição.

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As bases se rebelaram, dos dois lados. “É incoerente esta aliança, não justifica. Só para manter-se no poder”, disseram militantes do PT. “Eu não sei o que vou dizer para o meu eleitor. Para o meu partido não dá. Não tenho condições de seguir esse caminho”, disseram os presidentes dos partidos que fazem parte do Grupo Independente. Exceto o PDT que Romilson é o presidente.

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Houve a consulta antes de sentar com Zé Raimundo? Inicialmente pode ter sido absorvida, mas quando houve a reação dos militantes e da própria população, os presidentes de partidos deram suas posições definitivas. “Não. Não temos condições de assumir.”

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Já estava nas ruas, o povo já sabia. Zé Raimundo já dava entrevistas dizendo que “a nossa parceria é com o PDT e Dona Eny”. Não bastou.
Estava “entrando água” numa aliança nunca imaginada por qualquer analista político.

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Aí a bomba estourou de vez. A notícia saiu como um raio. Dona Eny não seria mais a vice de Zé Raimundo. A decisão, não sei de onde partiu: se do Grupo Independente ou do próprio PT. Ou dos dois. Romilson foi mais rápido e chegou aos ouvidos dos blogs do Anderson, Fábio Sena, Rodrigo Ferraz, Paulo Nunes e Giorlando Lima.
Estamos disputando o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil, a própria Euro Copa e vai começar a Olímpiadas, mas a decisão aqui foi muito amadora.
Não só a possível aliança ente o PT e o PDT (Dona Eny) merecia uma coletiva pelo ineditismo do fato e, principalmente, para dar grandeza ao acontecimento. Além das explicações necessárias. O rompimento também.

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Em tempo: Não é preciso citar o Campeonato da Segunda Divisão. Os motivos são óbvios.