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Foi um domingo diferente para o povo brasileiro. Desde o início da semana que o conquistense, por exemplo, se programava para assistir o grande prélio. Nas residências, bares e praças a população se reuniu para ver o posicionamento dos deputados quanto ao impedimento da presidente Dilma.

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Dos 513 congressistas que compareceram à sessão histórica, 367 votaram pelo sim, 137 disseram não, 07 abstiveram e apenas 02 faltaram. Em meio a empurrões, agressões verbais e cusparadas, o nosso parlamento deu um show. Apesar da importância da votação, os parlamentares se preocuparam em aparecer.

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Ao justificar o seu voto, cada um o fazia de forma teatral. Os agradecimentos por estarem ali representando os seus estados, eram dirigidos aos familiares, filhos, esposas, pais, etc. Foi um show.

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O presidente da Câmara Eduardo Cunha foi hostilizado por grande parte dos seus pares numa situação constrangedora. Frio, calculista, ele ouvia tudo, nem um piscar de olhos, continuava conduzindo os trabalhos como se nada estivesse acontecendo.

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O governo sabia que a disputa seria acirrada. Poderia perder. Já estava preparado. Ao final da votação se surpreendeu com a diferença, não esperava que aliados que passaram no Planalto durante a manhã mudasse o seu voto. E foi o que aconteceu. Decepção da presidente Dilma, de Lula e de toda a cúpula governista.

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Aqui na Bahia o governador Rui Costa lamentou o resultado, mas elogiou a nossa bancada. Do mesmo modo que Waldenor Pereira votou pelo NÃO, Paulo Magalhães também o fez. Neste caso pode ser interpretação jurídica? Ideológica, nunca. Os dois estão nos extremos.

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O governo não se entrega. Continua com o assédio. O trabalho de convencimento agora muda de esfera. Agora é com o Senado. A oposição acha que o mais difícil já aconteceu. Se passou pelos congressistas, os senadores acompanharão o resultado. Imaginam.

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Para o governo não foi apenas uma derrota parlamentar, foi um golpe, uma traição. O Planalto considera que Eduardo Cunha não tinha legitimidade para conduzir o processo de julgamento. Cunha, com muitos processos, pesa sobre as suas costas acusações de todo tipo.

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Golpe. É assim que o governo encara o processo. Diferentemente do julgamento de Collor e o de Fernando Henrique, este arquivado. Os governistas também não perdoam Michel Temer, vice-presidente eleito, segundo o governo, um traidor, artífice das manobras para depor a presidente.

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Temer assumindo não terá tréguas, o Planalto não vai deixá-lo governar em paz. Aliás, ninguém vai querer que ele prospere e o país que se dane. Que pena.

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Evidente que temos deputados comprometidos, sérios, que cumprem o seu mister. Mas a nossa República é uma corda de equilibrista. Falta sustentação. As coisas vão acontecendo, às vezes vão dando certo. Apesar de toda boa vontade da população.

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O PT sai enfraquecido do processo. Por ser o partido que está no poder, por ser a vitrine. Ainda mais por ter pregado tantas mudanças. O partido resiste até o momento. Tem nomes e quadros respeitados, no entanto não resiste ao desgaste. Mas qual partido resiste? Qual? É nossa democracia que tem resistido. O país é muito mais forte que o sistema político.

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Aqui em Conquista a vida segue. Como no resto do país, cada um na expectativa de dias melhores. Todos acreditando que navegar é possível. A disputa está posta. José Raimundo e Hérzem Gusmão se colocam como os principais sucessores de Guilherme Menezes.

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O resultado da votação do Congresso interfere no cenário local? Os dias vão contar. A leitura será feita a partir de agora. Veremos o que os dois candidatos dirão.

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Marcelo Melo continua candidato. Arlindo Rebouças também. Armênio Santos é cada vez mais candidato. Alexandre Pereira e Fabrício Falcão continuam na disputa. Grupo Independente e Rede devem anunciar os seus nomes. Aguardem os próximos capítulos.