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                                 Foto: Blog do Anderson

Edvaldo Ferreira, advogado, ex-vereador e ex-presidente da Câmara abriu as portas de sua casa para o Blog Do Massinha. No bate papo foram abordados assuntos como a conjuntura política atual do município, movimentação no tabuleiro entre partidos e pré-candidatos e a sucessão municipal que irá eleger o novo prefeito de Vitória da Conquista.

BM: É um motivo de alegria esse estágio que a política de Vitória da Conquista se encontra inclusive com uma possibilidade de mudança no governo municipal?

EF: Não resta dúvida de que nós estamos vivenciando um outro momento em Vitória da Conquista, claro que nesse primeiro momento os partidos procuram seu fortalecimento, mas a gente vai ter que chegar a um instante certo da convergência. Acredito que agora em 2016 por forças das circunstâncias das eleições vamos ter que um momento de pensar politicamente, não em termos de grupo ou sigla partidária, mas, sobretudo, pensar em Vitória da Conquista vislumbrando uma nova fase em sua história.

BM: Comenta-se em Vitória da Conquista que o Partido dos Trabalhadores (PT) e sua base aliada é um grupo que diverge, por vezes podem existir discussões e desentendimentos, mas, na hora em que é preciso eles se unem e partem para vitória. Como você vê essa situação? E as oposições com sinais de divisões como é que você analisa esse quadro?

EF: O sinal de divisão eu vejo na verdade na sigla lá do PT que já teve uma dissensão com uma candidatura posta com o um ex-aliado, o PCdoB, que já tem seu pré-candidato, então, acabo vendo desta forma.  A oposição em Vitória da Conquista tem que tomar juízo disso não resta dúvida alguma. Política só se faz crescendo e somando, a política quando divide fatalmente vai à derrota, pois, quando se soma temos pelo menos uma perspectiva de vitória.

BM: Você chegou a salientar a possibilidade de saída do PCdoB da base aliada através do candidato Fabrício Falcão. Mas, a gente vê também claramente que o PSB terá candidatura própria, o que pensar de tudo isso?

EF: Se existe divisão, indicativo de que há desunião, não é entre as oposições realmente é da situação, porque hoje já vemos aí praticamente três candidaturas. E quero dizer que pela história de nossa cidade, ela tem os momentos cíclicos. Então, já tivemos as fases da política local com Gerson Sales depois veio Pedral e agora Guilherme. O doutor Guilherme já vem numa situação de vinte anos governando esse município e vislumbramos agora que o ciclo está se fechando. É a hora das oposições vislumbrarem esse momento e criarem realmente juízo em torno de um nome para comandar um processo de renovação política em nossa cidade.

BM: Temos assistido na cidade uma entrega muito volumosa de obras pelo governo municipal  e vimos também que até as vésperas das eleições outro número de obras serão entregues. Essa ação do prefeito e a força da máquina no poder não poderão ser um empecilho para chegada da oposição ao executivo municipal?

EF: Primeiro vou discordar com você no que consiste a esse grande número de obras, eu sinceramente não vejo.  Eu ando por toda cidade e não enxergo essas obras tão volumosas da administração municipal e quando se tem uma obra em nossa cidade é de recurso federal com uma pequena contrapartida do município. Os índices com relação à educação são vergonhosos, a violência em Vitória da Conquista tem crescido de forma assustadora e  somamos até o mês passado (dezembro), cerca de 11 a 12 homicídios por mês em Vitória da Conquista. Não vemos nenhuma ação do poder executivo local no sentido de melhorar esta situação que possa buscar alternativas , vemos uma administração de fim de ciclo e desmotivada. Não temos visto a administração municipal buscando alternativas novas para nossa cidade.   Existe uma dificuldade muito grande da burocracia da máquina e vez por outra somos indagados pelos empresários locais pela dificuldade que se é abrir uma empresa no município. A situação hoje, honestamente, é de que Vitória da Conquista não está passando pelo seu melhor momento justamente por isso existe certo descontentamento e as divisões que têm se visto no grupo político do prefeito são visíveis.

BM: A sua participação política na cidade vem de muito tempo, você é ex-vereador, inclusive presidiu a Casa Legislativa de Vitória da Conquista e é um estrategista. Independente de sua profissão como advogado, mas você é sempre procurado. Qual seria sua estratégia para manter o candidato Herzem Gusmão, como o candidato único das oposições, sendo que agora o PSDB se coloca, e é uma sigla que está inclusive impregnada na cabeça do eleitor de Conquista se apresentando com Onildo Oliveira como possível candidato? O que você imagina para resolver essa questão?

EF: Acho que no momento certo teremos que sentar e conversar, como você mesmo disse Onildo é uma referência extraordinária no cenário médico empresarial em Conquista, ainda não é nome testado politicamente. Herzem já vem de quatro eleições com cinco candidaturas entre quatrocentas candidaturas, já tem um apelo popular muito grande e creio que no momento certo teremos que ter as composições. Herzem tem um mandato e visibilidade com ele, isso tem sido uma vitrine, pois, vemos que a comunidade tem feito constantemente elogios a sua atividade parlamentar. Nós já temos o candidato, precisamos agora agregar mais forças e no momento certo a composição será feita.