Um olhar atento
*Por Elvarlinda Jardim
Surpreendente como a vida nos chama a atenção para tudo que nos cerca, para os fatos que compõem o nosso cotidiano. Os adultos estão tão envolvidos com os seus afazeres, que não percebem que à sua volta estão as fontes de sabedoria, mas que tanto precisam para se desenvolverem. Crianças que precisam da presença, do verdadeiro sentido e sabor da vida, do carinho e do zelo moderado. Os adultos, que se perdem em si mesmo, poderiam deixar de lado as pequeninas coisas que nada servem senão para atribular a mente, o espírito.
Para chamar a atenção de alguém, a todo o momento um sorriso diferente, uma pergunta inusitada, uma arte, uma peraltice, tudo que poderia servir de encantamento para quem esteja presente e com senso de observação. Entretanto, esses pequenos momentos ficam perdidos no tempo, tão grandes sãos as ocupações.
Crianças de ontem, de hoje, de amanhã carregam consigo o passaporte para o futuro, levando junto um amontoado de esperanças inexplicáveis aos olhos dos adultos, desatentos aos seus anseios.
Crianças louras, morenas, negras ou pardas espalham-se por todo canto, em todos os lares, pobres, ricos, nas veredas, nas alamedas, nos cantos das ruas, não importa, trazem em si as marcas da esperança de dias melhores. Buscam enxergar o mundo com o olhar multicor, sem clamores dolorosos, sem ganâncias e sem indiferença. Indiscutivelmente, vivem num mundo à parte, construído no mais íntimo do seu ser, atendo-se às alegrias inerentes à sua condição de criança. Crianças que vivem e precisam sonhar com a vinda de dias melhores, sem o acinzentado do medo e sem as sombras da desilusão. Precisam acreditar na leveza do amor no coração dos adultos. Crianças, crianças, crianças que chegam e que vão, pequenos diamantes que esperam dos pais o lampejo do amor, o exemplo de vida e a certeza de poderem enfrentar o mundo, que mais tarde terão que abraçar. Crianças que não nos pertencem, mas são aprendizes das nossas ações.
Crianças amadas, outras mal-amadas, crianças arrumadas, outras desalinhadas, mas tudo criança, unidas pelo amor ou separadas pela dor. Crianças que cantam, encantam, que brigam, mas se entendem. Crianças que abusam, que se lambuzam, que dizem sim, quando deveriam dizer não. Crianças, crianças, crianças: esperanças de um futuro melhor que o presente.
Boa tarde, Massinha!
Obrigada pela oportunidade de contribuir. Será sempre um prazer seguir a sua trajetória de vida, dando um pouco de mim.
Um grande abraço,
Elvarlinda