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Foto: BlitzConquista

Márcio Higino, presidente do Partido Social Liberal (PSL), é um dos homens de confiança do prefeito, de uma mobilidade incrível e com uma relação estreita com a sociedade conquistense. É também uma das peças do governo municipal dentro da gestão de Guilherme Menezes.

BM: Presidente, vimos observando que o PSL é uma das siglas que mais tem ganho corpo. Qual a visão do partido com relação a sucessão municipal?

MH: O PSL está sendo muito seletivo, tendo cuidado com os nomes porque esse processo eleitoral do ano que vem será extremamente qualitativo. Será um processo em que vai vencê-lo, quem tiver projeto, ações realizadas ao longo do tempo, principalmente de forma coletiva, mas, também individual, e quem não tiver arranhão no campo ético. Então, nosso projeto do governo participativo liderado exemplarmente pelo prefeito Guilherme Menezes que gabarita esses três aspectos levantados por mim, pelo legado e saldo positivo que o projeto ao longo desses anos vem construindo com Vitória da Conquista, ele tem essas qualidades a que me referi. Havendo a unidade interna do PT que é natural a divergência e o contraditório dentro de uma sigla na sociedade, e a democracia assim permite, eu creio que tenhamos a possibilidade de enquanto PSL contribuir mais uma vez para a construção desse processo que seguindo esses aspectos a que levantei, o projeto possa eleger o nome que for do consenso e que seja aceitável dentro do governo. Nesse sentido estamos sendo muito cuidadosos na escolha e recepção de nomes na sigla, queremos alguém com ética na política e dignidade, não importa a quantidade de votos. Esse tem sido o princípio básico que está norteando as nossas filiações que estão ocorrendo naturalmente, e com as mudanças na minirreforma eleitoral que permitem as filiações até 02 de abril do ano de 2016, elas têm acontecido com uma maior tranquilidade. Pois, houve a mudança que alterou o prazo de um ano antes das eleições para até seis meses antes do processo eleitoral, para que os interessados possam se filiar ao partido.

BM: O PSL tem um assento na Casa Legislativa através do vereador Ricardo Babão que foi expressivamente votado e que tem se movimentado buscando a reeleição. Dentro desse contexto do PSL atual outros nomes serão apresentados, buscando também em igualdade de condições com o Ricardo uma cadeira na legislatura do próximo ano?

MH: Obviamente. Muitos nomes interessantes, respeitáveis, com história na cidade nas suas áreas de atuação profissional têm chegado ao partido. Toda sigla precisa crescer para poder dar com mais força o apoio ao projeto político ao qual defenda. Nesse sentido estamos trabalhando para evoluir sim, e quem sabe a gente não consegue dobrar a nossa participação na Câmara, renovando o mandato do vereador Babão que foi crescendo aos poucos, amadurecendo com a própria experiência que ele vem exercendo no legislativo. E dizer que não foi fácil, o Babão venceu numa terceira tentativa na qual ele teve oportunidade de aprendendo com o processo amadurecer politicamente. O nosso desejo é de evoluir, se conseguirmos dobrar ou passar para mais de dois representantes, melhor ainda, pois, tenho a certeza que esses ao qual se elegerem pelo PSL serão leais e fidedignos ao projeto que eles vão defender na Câmara de Vereadores e espero que seja a continuidade do projeto do governo participativo.

BM: Sua fala deixou claro que é admissível e vocês contemplam o contraditório e as discussões políticas dentro da base do governo. Sendo assim, apontamos a saída do PCdoB que lançou o candidato Fabrício e o PSB que tem uma relação estreita com o governo, tanto que o vice-prefeito é Joás Meira, existe uma relação estreita nessa base de confiança e lealdade. Mas, existe uma inquietação dos partidos buscando seus espaços, o PSL não estaria se colocando estrategicamente vislumbrando outra participação senão a da vereança?

MH: Nós vamos trabalhar inicialmente com a possibilidade da Câmara de Vereadores, mas no momento oportuno se nós tivermos bons nomes e os temos, como por exemplo, o do secretário Nagib Barroso, é um nome bem colocado. Ele tem feito com orientação do prefeito um excelente trabalho no resgate do esporte em nosso município, na cultura nem se fala, com o Festival da Juventude, o São João e o próprio Natal da Cidade sempre com a maestria de Guilherme que é um homem que tem muita cultura e uma sensibilidade musical muito grande. Mas, na área do esporte, Nagib, conseguiu com essa liberdade que o prefeito lhe deu de trabalhar no Edvaldo Flores, agora no Lomantão e dar uma força no campeonato da zona rural. Não temos essa pretensão de um nome para o cargo de vice por enquanto, por entendermos que o nome deve sair da hegemonia do PT e dessa discussão que a sigla sabe fazer muito bem, por isso já governa a cidade há 20 anos. Tenho certeza que a sensibilidade e a experiência do prefeito vai saber conduzir essa unidade interna do partido e a construção com as siglas aliadas, ou quem sabe a reconstrução com um desses partidos que legitimamente querem colocar seus nomes à disposição e o Estado democrático de direito admite e permite que coloquem os seus nomes.

BM: O secretário Higino é uma pessoa muito família, é um kardecista e espírita. Há uma relação ecumênica da prefeitura com a cidade, porque o mundo evangélico se faz presente através do vice-prefeito Joás. Existe uma interação da administração municipal com o catolicismo com uma participação bastante efetiva junto a Nossa Senhora das Vitórias e dentre outros eventos religiosos. Como é para você absorver essa relação com essa diversidade religiosa?

MH: Vejo com muita naturalidade porque a sociedade do século XXI é totalmente diferente das outras de séculos anteriores. Ela dentre outras características é dinâmica, instável e evolutiva. Nesse sentido essas denominações, caminhares religiosos de matizes diferentes, inclusive as religiões de matrizes africanas, as quais teu imenso respeito, pelo acervo de cultura e ancestralidade, então, dentro do governo eu noto o extremo respeito por todas as religiões de caráter espiritual. A sociedade é plural, do ponto de vista religioso, ideológico, porque nossos somos individualidades cada um com seu grau mais ou menos de experiência já vivida. Imagine se houvesse uma homogeneização da sociedade? Essas divergências todas que fazem a riqueza e mais ainda, se nós conseguimos conviver com sabedoria, tolerância e respeito a essas tendências religiosas, ideológicas e sociais, a sociedade avança sem conflito.