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                               Foto: Arquivo Pessoal

A internet foi um dos meios que mais facilitaram a comunicação, principalmente entre as pessoas, hoje é possível rever amigos, descobrir lideranças e pensadores. A partir dela muitos  cidadãos têm demonstrado suas ideologias partidárias, filosóficas e princípios que norteiam cada um.

Albene Ismar é uma dessas figuras no nosso município, um ativo participante da política em Vitória da Conquista, sobretudo em suas discussões.

BM: Albene, você é um crítico contumaz do governo implantado no país. Eu gostaria que você passasse a sua impressão acerca do momento vivido no Brasil?

AI: Massa, eu tenho opiniões, não sou radical, porém, não sou filiado a partido algum, o que aconteceu no Brasil principalmente nos últimos oito anos são situações que nos deixam estarrecidos. Institucionalizou-se a propina, corrupção, não que nunca houvesse existido, sempre existiu desde momentos históricos de nosso país. Existe a corrupção até mesmo dentro do nosso lar em pequenas ações que nem percebemos. Agora tirar bilhões de um país que poderiam ser investidos na educação, no saneamento, nas estradas e infraestrutura para ir para o bolso dos políticos corruptos, é inadmissível. Não entendo o porquê de uma Copa e uma Olimpíada neste momento, ao invés disso, poderíamos estar investindo em escolas e hospitais bem equipados para atender as necessidades da população. Essa transposição do Rio São Francisco, por exemplo, essa é uma situação que já fizemos estudos, eu fiz Engenharia, e até mesmo na década de 50 já tinha se feito uma avaliação quando o rio ainda era de uma grande imponência, hoje o Velho Chico em alguns locais é praticamente um sobrevivente. Devia recuperá-lo, e ao contrário de se gastar tanto, se criarem pequenos canais aqui mesmo na Bahia, e claro, fazer outros estudos para o Nordeste.

BM: Você acredita que se o candidato das últimas eleições, Aécio Neves, vencesse a corrida presidencial ele seria a solução e amenizaria esse quadro atual?

AI: Não seria muito diferente do quadro atual não, teria uma coisa que seria a credibilidade, porém, acho que ele “pulou fogueira” em não se eleger. Tudo que tem estourado e o que pode vir adiante estava maquiado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), eles acham que podem mentir e esconder a realidade. É complicado você achar que se o Aécio entrasse consertaria o que está aí, não ia consertar nada, ao contrário, ele mostraria, mas, o partido atual iria pôr a culpa dessa crise por conta da chegada dele à presidência. O responsável por todo esse momento que enfrentamos é o PT e não começou agora com Dilma não, já vem desde 2008, quando Lula falou que a crise nos EUA era uma “marolinha” e começou a gastar dinheiro de forma desmedida. Não sou contra o Partido dos Trabalhadores, por exemplo, acho a administração de Guilherme aqui na cidade muito boa e não tenho o que reclamar. Claro, existe uma ou outra discordância isso é natural. Penso que é preciso aparecerem novas lideranças, só que hoje em dia está difícil a política está tão “suja” que os novos líderes não querem aparecer ou se misturar nesse meio.

BM: Com uma possível mudança de governo a nível nacional, você acha que seria viável ao país? O que é preciso para que o brasileiro volte a acreditar na política?

AI: Eu penso que o mais digno que a atual presidente faria, seria pedir a renúncia. Para que um governo de coalizão, união, entrasse e tentasse resgatar a credibilidade e confiança dos investidores, a fim de diminuir a inflação e a taxa de desemprego. Pois, se continuarmos do jeito que está vem mais coisa por aí, nós só estamos no começo da crise e com esse governo atual é sem condições de mudança.

BM: Essa indignação sua como cidadão, você acredita que para se resolver os problemas do país seria necessária talvez uma intervenção?

AI: Eu sou totalmente contra a uma intervenção ou qualquer forma militar, ou um governo reacionário. Não pode haver um governo de exceção, eu acredito que o ideal seria em caso de uma renúncia, convocar uma nova eleição presidencial e a partir daí todo mundo se unir nesse governo que seria eleito democraticamente. Acredito também que esse Congresso está todo deteriorado e comprometido. As instituições estão corrompidas, o Supremo está aparelhado pelo partido neste momento.

BM: No caso da Dilma, ela foi eleita democraticamente através do voto. Gostaria de entender o porquê de você ter dito uma nova eleição democrática? 

AI: Quando falo democraticamente, falo isto, porque houve uma camuflagem do que se estava acontecendo, do que ela fez e o que o partido tinha feito. Ela colocou uma máscara no governo que ela fez e no segundo mandato de Lula a verdade só veio à tona depois da eleição. O povo acabou votando em uma mentira ou a ouviu dizer que não ia mexer nos direitos trabalhistas, que a inflação estava controlada, não haveria desemprego e acabou que ela se contradisse em todas essas promessas.

BM: No cenário local, como você vê a sucessão para o ano de 2016?

AI: Acho uma incógnita aqui em Conquista, pois, tem aparecido novas lideranças a exemplo do Marcelo Melo, a presença de Onildo no PSDB dá uma credibilidade as oposições, e tem o caso de Zé Raimundo que é um nome forte politicamente. Vitória da Conquista é uma cidade que precisa ser vista de cima para baixo com mais carinho pelo governo Estadual e Federal.

BM: Você se mostra um cara avesso ao radicalismo, tanto que admite que o governo de Guilherme Menezes tem a probidade, que se não o torna apaixonado pela administração, pelo menos você não tem uma repulsa. Você acredita que seria possível um voto seu no partido de situação esquecendo a questão ideológica?

AI: Nesse momento não, Massa. Acredito que esteja na hora de mudar é o momento da alternância de poder.